quinta-feira, 29 de março de 2012

Fabinho e a chuva

Fabinho era um menino de 6 anos. Sorriso largo. Cabelos lisos e poucos cachos. Cabelos castanhos. Fabinho era branquinho e cheio de sardas no rosto. Parecia até menino de desenho animado. Ele adorava brincar com o seu cachorro “smart”. Fabinho rolava com o cachorro pelo chão da sala. Fabinho era bom em matemática e em inglês. Sua mãe sentia muito orgulho do filho. Fabinho adorava quando chovia. Gostava de tomar banho de chuva. De sentir os pingos d’água tocar o seu rosto, o seu corpo. Adorava o som da chuva tocando o chão, o telhado. Dizia que aquilo para ele era a orquestra de Deus. Tudo muito harmonioso. Fabinho amava o cheiro das flores. Ou melhor, ele tinha um olfato muito apurado. Dizia que cheiro de comida vindo da cozinha era sinal de que os anjos estavam em festa, pois sua mãe – segundo ele – cozinhava para conquistar os anjos. Fabinho era muito amado por sua família, por sua mãe. Só não entendia, às vezes, em que ele escutava sua mãe chorando sozinha e repetindo: “por quê? Por quê? Por quê?” Nessas horas, Fabinho se sentia triste. Deixava de ser aquele garoto alegre, sorridente e vestia as roupas da tristeza, da dúvida e da insegurança. Somente uma coisa acalmava Fabinho tocar o rosto de sua mãe, abraçar seu cachorro “smart” e comer algodão doce. Fabinho gostava das coisas simples e era cego. Mas ele continuava belo acima de qualquer “defeito”.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Essa febre que não passa - Coletivo Angu de Teatro



Demorou, mas saiu! Quero contar para vocês sobre o espetáculo “Essa febre que não passa”, que muito tocou e emocionou o público.

Toda a encenação dividida aos contos retirados do livro homônimo de Luce Pereira, que de cara nos remete à conflitos, indignações e tensões de mulheres que buscam compreender e tratar do passado, do presente e futuro, fazendo com que uma explosão de sentimentos, desordens e afetos sejam trazidos em destaque e esmiuçados.

A montagem tem uma linguagem simples e de fácil compreensão, não sendo difícil deixa-se contagiar pelo universo feminino que permeia toda a apresentação, fazendo com que os espectadores consigam acompanhar as fragilidades e fortalezas que toda mulher traz consigo.

Com o decorrer da narrativa, vamos percebendo o quão próximo de nós estão as problemáticas vividas pelas personagens, situações tão comuns ao nosso cotidiano, que de forma sutil, mas forte, consegue atingir a todos.

Os contos são divididos em cenas específicas e monólogos, tendo como início o relacionamento entre duas mulheres, com suas dores e separação.

Em cena, um casal lésbico, onde o desejo exacerbado e a empolgação do início do relacionamento vão sendo esquecidos pelo desatenção, egoísmos e falsas motivações que permeiam uma relação. Fazendo com que o gato, cujo nome é Clovis seja o último suspiro de esperança da desgastada relação.

Homossexualismo tratado com muita delicadeza e verdade.

Noutro momento, conhecemos a  personagem  que não gosta do seu próprio nome, pois com sua mania de grandeza, ela afirma que nomes definem tudo, e por isso a importância de se ter um nome imponente, bonito, “chique”.

De forma criativa e com boas tiradas de crítica social, a personagem vai bisbilhotando a vida dos vizinhos do seu prédio e de figuras que encontram no seu dia-a-dia, partindo sempre dos nomes de cada um delas e do “peso” que eles possuem.

Posteriormente, veio a cena que para mim foi a mais triste, a mais dura de se ver. Trata-se do conto Talvez já fosse tarde, do qual dívidas de afetos, como abraços não dados, palavras não ditas e carinhos não demonstrados vão gerando uma angústia torturante.

Uma boa reflexão acerca do valor e atenção que damos aos nossos queridos que fazem parte da nossa vida como pais, mães, avós, tios, irmão, que muitas vezes se vão no curso natural da vida e não aproveitamos o tempo que tivemos juntos para demonstrar todo nosso amor.

Em seguida, a cena entre duas irmãs que tomam café juntas, foi no mínimo, bem comum.

Um “acerto de contas” entre as duas personagens vai tornando a encenação engraçada, curiosa, mas bem questionadora.  A discrição e resignação de uma irmã encontra contraste na alma livre da outra, que desejava ter a alma de Frida Khalo, inquieta, com vontade de partir.

Apesar das diferenças, vai se percebendo algumas coisas em comuns entre as personagens, coisas essas que demonstram o elo, e a ligação que o “sangue” traz das irmãs.

No último conto do espetáculo,  o drama de uma mulher que não agüenta a dor, o desânimo e a solidão deixadas por uma relação fracassada, e decide, em plena noite de final de ano acabar com sua própria vida, por não suportar a idéia que seu amor não mais a pertencia.

Cena forte, dramática, que com certeza inquietou e incomodou o público naquelas feridas ainda não cuidadas, não devidamente trabalhadas.

O cenário do espetáculo é composto de cortinas translúcidas muito bem divididas, que representam as camadas da vida daquelas mulheres, que ora relevam, ora escondem seus segredos, suas dores, suas entranhas.

Cinco contos que mexem com  muitos sentimentos inquietos, fazendo com que , apesar da angústia que é gerada ao tocar nas feridas, vejamos que a superação e o reencontro conosco mesmo é possível.

Um belo espetáculo sobre o amor e suas faces!

Evoé

sexta-feira, 23 de março de 2012

Agenda

A arte existe para que o homem não morra da verdade”.

Nietzsche


*AQUILO QUE MEU OLHAR GUARDOU PARA VOCÊ


O espetáculo do Grupo Magiluth apresenta um olhar de fora para as cidades que muitas vezes ficam soterradas pelo banal. A peça trabalha a partir das pequenas coisas, aquelas que volatizam num piscar de olhos deixando marcas mais profundas do que o mais grandioso gesto. O homem contemporâneo: as contradições de seus sentimentos, as formas como vive medindo o quanto se envolve com as coisas, o quanto se protege delas. O Magiluth apresenta uma peça totalmente aberta ao publico e à cidade na qual a peça acontece. Radicaliza a experiência teatral dando a plateia um papel ativo, além levantar uma reflexão sobre a cidade em que vivemos.

Informações:
23/03/12 (última apresentação)
Teatro Joaquim Cardozo
R$20 ( inteira) e R$10 (meia)
Mais informações: 81 3227.0657
Classificação: 16 anos
Hora: 20h


*DARK ROOM

Dark Room é fruto de uma pesquisa de três anos sobre identidades sexuais, realizada pelos quatro integrantes, com direção de Marcelo Sena. O espetáculo utiliza a metáfora do quarto escuro, onde todas as identidades se revelam por inteiro e sem pudor, para trazer à tona a discussão sobre a sexualidade, aproximando o público de diferentes identidades sexuais e construções de sexo e gênero, constituídos a partir do corpo artístico, trazendo ao corpo seu valor de símbolo e poder.

Informações:

24/03/12

Avenida Visconde de Suassuna

R$20 ( inteira) e R$10 ( meia)

Mais informações: 81 3038.0543

Classificação: 18 anos

Hora: 20h


*A TERRA DOS MENINOS PELADOS

O conto infantil de Graciliano Ramos, adaptado e dirigido por Samuel Santos, gira em torno de um garoto chamado Raimundo. Sem um fio sequer de cabelo na cabeça e com olhos de duas cores( um preto e outro azul) ele é sempre alvo principal das brincadeiras e hostilidades das outras crianças. Sentindo-se infeliz no mundo real, Raimundo refugia-se em seus sonhos, criando para si uma terra ideal -chamada "Tatipirum" -, onde todos os meninos são iguais a ele. Para chegar a este território neutro, Raimundo só precisa adormecer. E é isso que faz.

Informações:
23 e 24/03/12
Teatro Marco Camarotti
R$5,00
Hora 10h30


*VELHA É A MÃE



Ela acabou de fazer 70, mas isso é segredo de Estado. Horas de academia, algumas plásticas, aulas de boxe, natação e aplicações de botox ajudaram a manter sua aparência nos 50 e poucos anos. Por não aguentar tanta disposição, o marido a trocou por uma mulher, digamos, mais calma e a deixou à beira de um ataque de nervos.

Informações:
23,24 e 25/03/12
Teatro Santa Isabel
R$20(inteira) e R$10(meia)
Mais informações: 81 3355.3323
Hora 23 e 24 ás 21h e no dia 25 ás 20h.

*CARÍCIAS

A peça Carícias, que marca a estreia do cineasta Leo Falcão como diretor de teatro, reestréia nesta sexta-feira (23), no Teatro Hermilo Borba Filho, para uma curta temporada. A peça fala de relacionamentos, frustrações e incomunicabilidade em meio ao caos urbano contemporâneo. Composta por 10 partes, em que cada uma descreve o embate entre dois personagens, Carícias trabalha uma estrutura dialógica, com cenas independentes, que se interligam pela repetição de um dos personagens da cena anterior.

Informações:
23,24 e 25/03/12
Teatro Hermilo Borba Filho
R$16(inteira) e R$8 (meia)
Hora 23 e 24 ás 20h e no dia 25 ás 17h e 20h


*O PRANTO DE MARIA PARDA


Trata-se de uma comédia luso nordestina, com solo do ator caruaruense Gilberto Brito e fusão de linguagens, sonoridades, memórias, safadezas e picardias, transpondo a personagem portuguesa de Gil Vicente para o universo fabuloso dos poetas e repentistas do Nordeste brasileiro.

GILBERTO BRITO conquistou o título de melhor ator de teatro adulto do Janeiro de Grandes Espetáculos deste ano. O espetáculo é uma parceria entre a Paulo de Castro Produções, do Recife, e o Centro de Criatividade – Póvoa de Lanhoso, de Portugal.

Informações:

23 e 24/03/12

Teatro Arraial

R$16(inteira) e R$ 8(meia)

Mais informações: 81 3184.3057

Hora 20h


*MARÉMUNDO


A história conta que Beira-mar fora enfeitiçado durante uma pescaria e agora precisa quebrar o encantamento, cujo caminho é uma travessia sobre o mar. E o mar é o mundo. É gigante e misterioso, mítico e enigmático. Beira-mar precisa descobrir no meio do oceano um lugar para resgatar o sonho, para reencontrar seu destino.

Informações:

24 e 25/03/12

Teatro Joaquim Cardozo

R$20(inteira) e R$10(meia)

Hora 20h


*CAXUXA

Toda a peça se passa numa noite, na qual as criança s, ao invés d e dormir, resolvem sonhar acordadas. "Caxuxa" dramatiza esses sonhos e naveg a na idei a de que todo ser humano, de qualquer cor, idade, raça ou crença tem sempre o desejo de, em algum momento, se sentir outro. "O diferencial de 'Caxuxa' em relação a outros espetáculos infanto-juvenis é a profundidade, ele não se propõe a ficar na superfície do entretenimento, questiona os sentimentos. Além de que traz a rua para o palco, coloca em cena personagens que são pessoas de rua, de quem normalmente os olhos são desviados, e, de repente, aparecem como protagonistas de uma história. O espetáculo dá essa igualdade entre os seres humanos".

Informações:

24 e 25/03/12

Teatro Barreto Junior

R$20(inteira) e R$10 (meia)

Hora 16h30


quinta-feira, 22 de março de 2012

Feriado pessoal

Sábado. Dia de sol quente. Dia de céu azul. Dia de lavar casa, lavar roupas. Dia de lavar a alma. Acordei com uma felicidade no rosto, na alma, no corpo. Aquele tipo de felicidade que sentimos depois de uma noite de amor gostosa e demorada. Mas não teve essa tal noite de amor. Então, é uma felicidade melhor. É a felicidade “sem razão”. E que vamos descobrindo o sentido dela ao longo do dia. Café no fogo. Cheiro gostoso espalhado pela casa. Frutas na mesa, frutas novas, frutas coloridas. Igual às cores do meu sorriso, de minha felicidade. Um bolo. Um queijo. Um suco. Um pão. Um doce. Um café da manhã simples. Igual aos outros. Mas há uma alegria de viver que exala de mim e atinge bem aí, bem aqui, bem os quatros cantos da minha casa. Os quatros cantos de minha vida. Não. Todos os cantos de minha vida. Risos. Sozinho e muitos risos. O som ligado. Tocando um MPB gostoso. Aquelas músicas alegres que dá vontade de dançar e que você sabe a letra todinha. No telefone nenhuma mensagem. Nenhuma ligação. Contudo, aqui há uma felicidade que independe de sua ligação, de sua mensagem. Estou assumindo uma felicidade que depende unicamente de mim. É ser feliz por mim mesmo. Começo a lavar a casa, lavar a roupa, começo a cantar, a falar sozinho e assim vou lavando a alma. As dores se misturam ao sabão. As mágoas saem com o balançar da poeira. As ideias fechadas vão se refazendo quando caio no chão por conta do sabão. Um tombo. Um pensamento. Vários risos. Descubro que hoje é meu dia. Dia de ser feliz. Dia de feriado pessoal. Dia em que decidir ser mais leve comigo e, assim, mais feliz. Texto escrito ao som de “Feriado Pessoal” de Bruna Caram.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Retrato.

Ponta do Seixas - PB

Espaço Ciência - PB

Por-do-sol em praia do Jacaré - PB

Por-do-sol em praia do Jacaré - PB

quinta-feira, 15 de março de 2012

Saindo da zona de conforto...

Sophia tinha 40 anos. Casada com Cláudio. Homem rico e frio. Não necessariamente nessa ordem, mas a falta de amor com Sophia era explícita. Sophia era uma mulher bonita. Não trabalhava. Vivia às custas do marido. Ele não quis que ela trabalhasse para melhor cuidar do lar. Sophia também não queria. Escolheu abnegar-se em detrimento da felicidade do esposo. Esqueceu-se somente de ser feliz nessa ação. A vida de Sophia era uma mesmice. Sempre a mesma rotina, a mesma coisa. No entanto, ela gostava. Dizia que precisava controlar tudo. Casa, filho, marido, ela mesma, emoções. Dizia que adorava sua rotina, sua vida. Sophia chegava a ficar doente quando algo saía do controle dela. Realmente, quando isso acontecia ela se descontrolava, parecia outra pessoa. Até que um dia, ela se apaixonou por Pedrinho. Ela lembra exatamente o dia. Era uma terça-feira. Ela estava saindo da natação do seu filho, Carlinhos. A piscina cheia de crianças, adolescentes, adultos. Sophia feliz por estar controlando tudo: onde o filho estava, o que marido faria mais tarde, o almoço do fim de semana (mesmo hoje sendo, ainda, terça-feira). De repente, Sophia vê um jovem, nem tão magro, nem tão forte. Corpo levemente torneado. Tórax totalmente liso. Uma mistura de homem no corpo de jovem, ou jovem no corpo de homem. Foi tudo tão rápido que definir seria esquivar-se de surpreender ante o belo. O rapaz se aproxima e oferece os óculos de mergulho que Carlinhos esqueceu no banheiro. Sophia por um lapso de tempo fica desnorteada. Parecia que algo tinha tocado à escultura de gelo que era o seu coração. Ali estava, diante dela: Pedro. Foi amor à primeira vista. Não. Foi amor construído a cada aula de natação. E, de repente, Sophia começou a gostar de ir à natação. Começou a se arrumar para a natação do filho. Tudo isso por conta de Pedro. Sophia ficaria feliz se a história terminasse aí. Porém, Pedro é mais novo do que ela 20 anos. E eles dois começaram a ter um caso. Era a primeira vez que Sophia infligia uma regra. Regra mais forte e mais cobrada por ela mesma do que por toda a sociedade. Sophia estava saindo da zona de conforto dela para a zona inesperada da paixão e dos braços do Pedro. Contou que o Pedro a conquistou, quando ela relutava por cometer essa “loucura” ele lhe disse: “Não espere sempre algo. Ou sempre algo do seu jeito. Sempre um certo e um errado. Mas viva o seu algo “certo” ou “bom” a cada instante. Sei que você tem uma ferida. Saiba que a ferida dói, no entanto ela constrói e reconstrói a cada um de nós”. Hoje, faz um ano desse envolvimento entre Pedro e Sophia. Ela ainda não sabe muito bem lidar com isso. É muita novidade para ela. Ela acha que saiu demais da zona de conforto dela. Mas não consegue ficar longe daquele corpo, daquele sorriso, daquela voz meiga e forte. Hoje, é Sophia quem escreve esse texto. Diz está amando a si mesmo e amando o Pedro através da incerteza de ser ela mesma depois de 40 anos aprisionada à opinião alheia. Hoje, Sophia fez uma tatuagem. Disse que é uma frase em homenagem a Pedro. A tatuagem diz: “Desculpa pela demora”. E disse que o tatuador perguntou: “Por que a senhora pede desculpa? Ou para quem?” Sophia, ergueu a cabeça, concentrou-se depois de tanta dor e disse: “Peço desculpa a mim mesma, pois só agora tive a coragem de deixá-la entrar.” Quem? Indagou o tatuador. "A liberdade de ser eu mesma num tempo, espaço e de um jeito só meu."

quinta-feira, 8 de março de 2012

Agenda!

Em cartaz no Recife:

*AQUILO QUE MEU OLHAR GUARDOU PARA VOCÊ

Realização: Grupo Magiluth

Um olhar de fora para as cidades que muitas vezes ficam soterradas pelo banal. A peça trabalha a partir das pequenas coisas, aquelas que volatizam num piscar de olhos deixando marcas mais profundas do que o mais grandioso gesto. O homem contemporâneo: as contradições de seus sentimentos, as formas como vive medindo o quanto se envolve com as coisas, o quanto se protege delas. O Magiluth apresenta uma peça totalmente aberta ao público e à cidade na qual a peça acontece. Radicaliza a experiência teatral dando a platéia um papel ativo, além de levantar uma reflexão sobre a cidade em que vivemos.

Teatro Joaquim Cardozo
09/03 Sexta-Feira
20h
Ingressos: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia-entrad
a*) * idosos, estudantes e classe artística



*VALENTIM E O BOIZINHO DE SÃO JOÃO


O espetáculo conta a história de Valentim, um viajante que acaba chegando no meio da atrapalhada história do Bumba-meu-boi. Tentando desatar os nós de Mateus e Catirina, Valentim se mete no meio da confusão que envolve: Santo, Babau, Doutor e até a Dona Maria-da-ema. Um espetáculo com muita música (ao vivo) e efeitos especiais.

Teatro Marco Camarotti
09 e 10 /03 - Sexta ás 10h30 e Sábado ás 16h30
Cia. Máscaras de Teatro (Recife / PE)
R$ 5 (estudantes, comerciários e dependentes - SESC) e R$ 10 (público em geral).



*ESSA FEBRE QUE NÃO PASSA

(Vencedor de sete prêmios no Janeiro de Grandes Espetáculos)


O texto é baseado no livro homônimo da jornalista Luce Pereira e ganhou direção de André Brasileiro e Marcondes Lima. Em cena, cinco contos ganham adaptação e narram o universo feminino na contemporaneidade, de forma crítica e com humor ácido.

Ceronha Pontes, Hermila Guedes, Hilda Torres, Márcia Cruz, Mayra Waquim, Nínive Caldas e Josie Guimarães dão vida às personagens, entre elas uma recém-separada, duas irmãs e um casal de lésbicas.

Teatro Apolo
10 e 11/03 Sábado e Domingo
20h
Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia)



*MARÉMUNDO




MARéMUNDO é um solo de teatro que narra a história do pescador Beira-Mar e dá seqüência à investigação sobre o trabalho do ator presente na trajetória do intérprete Arthur Canavarro.
O espetáculo conta a história de Beira-Mar. O personagem fora enfeitiçado durante uma pescaria e agora precisa quebrar o encantamento, cujo caminho é uma travessia sobre o mar. E o mar é o mundo. É gigante e misterioso, mítico e enigmático. Beira-Mar precisa descobrir no meio do oceano um lugar para resgatar o sonho, para reencontrar seu destino.

Teatro Joaquim Cardozo

10 e 11/03 Sábado e Domingo
20h
Ingressos: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia-entrada*) * idosos, estudantes e classe artística




*DARK ROOM




Dark room que em português quer dizer “quarto escuro”, os personagens se desfazem de máscaras sociais e revelam diferentes facetas de suas personalidades. Dessa forma, o trabalho discute a sexualidade e sugere que é num espaço reservado onde as pessoas se libertam das amarras e realizam suas fantasias reprimidas.

Casa Mecane

10/03 Sábado
20h
R$ 20 (inteira) e 10 (meia entrada)
Tel :81 3038 .0543
Assista ao vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=Tl-MWaYgU30



* AUTO DA COMPADEÇIDA -
20 anos e se despede dos palcos.


A peça “Auto da Compadecida”, baseada na farsa escrita por Ariano Suassuna, celebra 20 anos em cartaz e, para comemorar, a Dramart Produções vai fazer duas sessões no Teatro de Santa Isabel.

Teatro de Santa Isabel
Apresentações de Despedida
10 e 11/ 03 - Sábado às 20h e domingo às 19h.
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (estudantes, professores com carteira e maiores de 60 anos).


*CAXUXA


Espetáculo é um musical para todas as idades, sobre importância de sonhar. Peça narra sonhos de quatro crianças e de um velho que vivem na rua.


Teatro Barreto Junior
Sábados e domingos, às 16h30
10 e 11 /03
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)



*ALGODÃO DOCE



Espetáculo de bonecos com textura de algodão, em variados tamanhos e técnicas de manipulação, além da dança inspirada na tradição cultural pernambucana. Partindo do universo do açúcar, são contadas três histórias de assombração, "Comadre Fulozinha", "As desventuras de Ioiozinho" e "O Negrinho do Pastoreio".

Teatro Marco Camarotti
11/03 - Domingo - 16h30
Mão Molenga Teatro de Bonecos (Recife / PE)
R$ 5 (estudantes, comerciários e dependentes Sesc) e R$ 10 (público em geral).

Não apague a luz...

Sentado no sofá do hospital. Sua cirurgia já dura 5 horas. Não consigo comer, nem beber nada. Minhas mãos tremem. Não tenho forças para ficar em pé. Também já andei por horas a fio de um lado para o outro desse corredor. Meu aspecto físico revela um cansaço que só é menor comparado a esse sofrimento interior. O sofrimento de pensar em te perder. Nessas horas todas as lembranças – boas e ruins – surgem em minha mente. Foi você a primeira pessoa que me apoiou quando eu quis voltar a estudar. Você estava do meu lado quando minha cachorra morreu. Você viu o tamanho da minha dor. Não julgou. Não condenou. Apenas estava ali, do meu lado. E agora... eu não posso estar do seu lado. Há uma sala fria que nos separa. E nesse instante sua dor está distante da minha. Lembro-me de nossa briga por causa do meu ciúme naquela festa do seu primo. Lembro que bebi horrores para esquecer seu beijo. Não queria ter te amado. Amar e ser traído era uma dor enorme para mim. Ledo engano. Dor maior é essa. A dor da possibilidade de não te ter mais do meu lado. Interessante perceber como um simples gesto, algo aparentemente frágil, tolo me passa tanta segurança: quando você segura minha mão. Sem nada dizer. Sem nem olhar para mim. Como quem me diz que há momentos que os olhares não precisam se encontrar. Pois há outro sentimento mais forte que consegue ver na ausência desse olhar: o amor que nos une. Como eu gostaria de pegar na sua mão e ser eu dessa vez... só dessa vez... ser eu... a segurança para você. Sim, você foi tantas vezes segurança para mim. E eu não consigo ser segurança agora para você... Meu deus, nem sei se posso dizer isso – deus! Mas é que preciso agarrar-me a algo já que não te tenho aqui. O medo de te perder me consome. Como será minha vida sem seu sorriso, sem seu olhar? Pensar em te perder é pensar em perder-me também!... Ai que dor infernal! Uma dor silenciosa. Dor duvidosa. Dor que crava em mim o maior de meus medos: perder o amor que um dia encontrei. Perder o amor que nunca acreditei achar, mas esse amor escolheu a mim como objeto de verdade e leveza. (Em soluços digo como quem deseja gritar...) Por favor, não apague a luz, não apague a luz, não apague a luz dele. Não apague a minha luz. Pois viver sem você é viver sem luz. Não apague a luz...

quinta-feira, 1 de março de 2012

Agenda!

Março, mês do teatro e da poesia, primeira agenda de 2012.
Começamos bem, excelente programação.
Programe-se!
Divirta-se!


* ESSA FEBRE QUE NÃO PASSA


Vencedor de sete prêmios no Janeiro de Grandes Espetáculos, Essa febre que não passa, do Coletivo Angú de Teatro, volta ao Recife para curta temporada no Teatro Apolo aos sábados e domingos. A peça entra em cartaz neste sábado (03/03) e segue até o dia 18/03, sempre às 20h.

O texto é baseado no livro homônimo da jornalista Luce Pereira e ganhou direção de André Brasileiro e Marcondes Lima. Em cena, cinco contos ganham adaptação e narram o universo feminino na contemporaneidade, de forma crítica e com humor ácido.

Ceronha Pontes, Hermila Guedes, Hilda Torres, Márcia Cruz, Mayra Waquim, Nínive Caldas e Josie Guimarães dão vida às personagens, entre elas uma recém-separada, duas irmãs e um casal de lésbicas.

Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia)



*AQUILO QUE MEU OLHAR GUARDOU PARA VOCÊ



Um olhar de fora para as cidades que muitas vezes ficam soterradas pelo banal. A peça trabalha a partir das pequenas coisas, aquelas que volatizam num piscar de olhos deixando marcas mais profundas do que o mais grandioso gesto. O homem contemporâneo: as contradições de seus sentimentos, as formas como vive medindo o quanto se envolve com as coisas, o quanto se protege delas. O Magiluth apresenta uma peça totalmente aberta ao público e à cidade na qual a peça acontece. Radicaliza a experiência teatral dando a platéia um papel ativo, além de levantar uma reflexão sobre a cidade em que vivemos.

Teatro Joaquim Cardozo
Duração: 80 minutos
Temporada: 01 a 23/03/2012 QUINTAS E SEXTAS-FEIRAS - 20h
Ingressos: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia-entrada*) * idosos, estudantes e classe artística
Classificação: 16 anos.


*MARÉMUNDO



MARéMUNDO é um solo de teatro que narra a história do pescador Beira-Mar e dá seqüência à investigação sobre o trabalho do ator presente na trajetória do intérprete Arthur Canavarro.
O espetáculo conta a história de Beira-Mar. O personagem fora enfeitiçado durante uma pescaria e agora precisa quebrar o encantamento, cujo caminho é uma travessia sobre o mar. E o mar é o mundo. É gigante e misterioso, mítico e enigmático. Beira-Mar precisa descobrir no meio do oceano um lugar para resgatar o sonho, para reencontrar seu destino.

Teatro Joaquim Cardozo
Temporada: 03/03 a 01/04/2012 Sábados e Domingos - 20h
Ingressos: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia-entrada*) * idosos, estudantes e classe artística



*NEM SEMPRE LILÁ

Era uma vez Lilá, uma menininha( não tão menininha), que caiu num buraco depois de viver uma história sem "feliz pra sempre" dos contos de fadas: a separação dos pais. Num dia de domingo, guiada por pensamentos e questionamentos, Lila embraca na brincadeira de ser a história: ela mergulha no universo das princesas, da Moura Torta e do amor entre Recife e Olinda, entrelaçando e costurando esses contos com a própria vida.

Teatro Marcos Camarotti
02 e 03/03 Sexta e Sáb
ado
Grupo Quadro de Cena ( Recife/ PE)

R$ 5 (estudante, comerciários e dependentes) e R$10 (público em geral)





*ASSIM ME CONTARAM, ASSIM VOU CONTANDO




A divertida e poética trama desta peça centrada nos palhaços Pitomba e Severino da Gota Serena, que com instrumentos musicais e elementos cênicos revivem histórias como a do vento Ventinho, a Centopéia, a Dorotéia, a Galinha Galinhola e a História da Noite, em meio a números de circo e poesia.

Enlassos Cia de Teatro
Teatro Marco Camarotti
R$ 5 (estudantes,comerciários e dependentes) e R$10 (público em geral)





*ROBERTA SÁ EM NOVA TURNÊ



Roberta Sá apresenta as músicas de seu quinto disco, 'Segunda Pele', no dia 3 de março, no Teatro da UFPE, às 21h. A turnê de lançamento do álbum trará sucessos de outros trabalhos, como 'Que Belo Estranho Dia pra se Ter Alegria' e 'Quando o Canto é Reza'.

Horário - 21:00
Teatro da UFPE - Av. dos Reitores, s/n, Cidade Universitária, Recife.
Preço - R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
Contato - (81) 3207.5757



*PRETA GIL



A cantora Preta Gil faz show no Dona Carolina apresentando músicas do álbum Noite Preta Ao Vivo. A noite ainda conta com o sambinha da Samba de Luxo.

03/03/2012 Sábado
Horário - 21:00
Dona Carolina - Av. Boa Viagem, 123, Boa Viagem, Recife.
Preço - R$ 50 (homem) e R$ 40 (mulher)
Contato - 3466.2743

No ônibus...

Cansado. Finalzinho de tarde. O sol está se despedindo. Rostos cansados como o meu. Ao menos, estou sentado no ônibus. De repente, vi um menino parecido contigo. Olhei. Fiquei feliz. Tentei achá-lo no meio da multidão que subia no ônibus. Empolguei-me e ... a tristeza bateu. Não era você. Era apenas a saudade vestida de outro para poder lembrar-me que seu amor ainda reside em mim. É interessante perceber que, agora, são 17 horas e só te verei às 22 horas quando chegar em casa. No entanto, isso tudo revela a força do meu desejo querendo te achar no segredo do cotidiano da minha rotina e, assim, ser feliz com seu sorriso. Sozinho começo a sorrir. Não te achei, mas encontrei a alegria da nossa lembrança. Na época em que tudo começou, eu estava paquerando outra pessoa, estava apaixonado por outra pessoa. Não conseguia enxergar um elefante rosa a minha frente. Na parada de ônibus vejo você chegando. Aproximando-se. Cabelo espetado. Óculos escuros, camisa preta, jaqueta e calça jeans. Mochila, tipo carteiro e um caderno aberto nas mãos. A princípio, não gostei. Você bate numa menina, caíram os cadernos dela e o seu. Pensei logo: “é leso!”. Depois descobri que você faz faculdade de Designer. Aí que fiquei com trauma, medo, preconceito... sei lá. Mas tínhamos um amigo em comum. Passamos a nos ver mais. Passamos do estágio de conhecidos da parada de ônibus para “amigos”. A paixão pelo meu paquera foi diminuindo. Eu queria estar com você, sair com você, conversar com você. E, aos poucos, notei o mesmo de sua parte. Você foi me ganhando aos poucos. Através dos detalhes escondidos do dia a dia. Percebi o grande medo: eu estava apaixonado por você. Mas como pode ser? Não era o outro? Agora é ele? Isso não vai dar certo. Mudar meus planos assim. Em minha cabeça já estava certo que não queria mais ninguém. Que viveria para estudar. Porém, você foi me conquistando e ensinando que na vida vale a pena amar mesmo quando temos medo disso. E aí tocou nossa música “A thousand years”. Onde na letra dela diz: “O coração bate rápido/ Cores e promessas /Como ser forte?/ Como eu posso amar quando eu/ tenho medo/ De me apaixonar?/ Mas vendo você em pé sozinho/ Todas as minhas dúvidas/ De repente somem de alguma forma/ Um passo mais perto/ Eu tenho morrido todos os dias/ Esperando por você”. Chegou minha parada. Desço feliz. Mesmo sabendo que vou enfrentar uma aula de inglês chata. Mas agradeço aos céus porque amar você foi acreditar que quando o inesperado bate à porta, a melhor lição é abrir a porta, os braços e o coração. E com fé “dar um passo mais perto”.