quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Amar não é um sonho


Eu... deitado na cama. Você... sentado ao meu lado. Velando o meu sono como alguém que admira um tesouro. Abro os olhos. Fico envergonhado, envaidecido. Confesso não saber qual luz encandeia meus olhos. Se a luz do sol que adentra pela janela mudando a cor e a temperatura ambiente, ou se a luz da tua beleza, do teu sorriso que adentra minha alma e meu coração mudando a cor e a temperatura aqui dentro. Fico feliz por você ainda estar aqui do meu lado. Pois me recordo, perfeitamente, ontem à noite quando disse a ti: “prometa-me que isso não é um sonho do qual acordarei amanhã e não te verei mais aqui”. Obrigado por teu amor contradizer minhas palavras, contradizer meus desejos, meus medos. Pois olhar para ti ao meu lado é contemplar a verdade mais profunda: amar não é um sonho, mas é uma realidade para poucos. Para aqueles que se permitem enfrentar os dragões dentro de si. É tão interessante isso: quando você se apaixonou por mim, você mudou o sentido da minha vida para melhor. Talvez... Com certeza... por isso o que sinto por ti é tão forte que fere, que dói. Mas não é uma dor masoquista. Ao contrário, é uma dor que constrói, que completa. Estranho, né? Estranho seria não te amar, porque quando você sorri, você enche essa casa de ti, de uma alegria jamais sentida em minha história. Porque é uma alegria com jeito de amor, de amor correspondido, de amor velado, de amor cuidado, de amor... de amor assim... amor com cheiro de chuva, mas com gosto doce.
Escrito por Luiz Carlos Filho

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Agenda!

Hoje o blog traz em sua agenda duas opções de espetáculos natalinos.

Um deles acontece no Recife e já é tradição na cidade e o outro está acontecendo em Gravatá fazendo um grande sucesso.

Feliz Natal e vamos ao teatro!

Luz em nossos corações e muita arte em nossos dias!


* BAILE DO MENINO DEUS


Ópera popular ao ar livre, Baile do Menino Deus - Uma Brincadeira de Natal chega à oitava edição. A trama fala de dois Mateus que, juntos a um grupo de crianças, tentam abrir uma porta para celebrar o nascimento do Menino Jesus, com o consentimento de Maria. Reúne atores, bailarinos e orquestra em cena.

Horário
- De 23 a 25/12, às 20h
Marco Zero - Bairro do Recife, Recife
Ingressos - Acesso gratuito




* SONHOS DA PASTORINHA DIANA


O mesmo artista que assinou a abertura dos jogos olímpicos de inverno em Turim e a cerimônia de chegada da tocha olímpica em Macau será o responsável pelo espetáculo Sonhos da Pastorinha Diana, em Gravatá. São 50 artistas brasileiros e italianos, entre atores, bailarinos e acrobatas. O espetáculo terá dança, teatro, máquinas cênicas e projeções para contar a noite de Natal da criança Diana. A direção artística é dos italianos Valerio Festi e Monica Maimone. Até 25 de dezembro, de sexta a domingo, sempre às 19h, no Parque Chucre Mussa Zarzar. Entrada franca.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

No outro lado


Afasta um pouco.............................Está apertado.........................Vira-para-lá............................Abraça-me.Silêncio.Solta-me................Fica aqui.Silêncio novamente. Viro-me................................Abro os olhos. Você não está aqui. No outro lado da cama vejo personificado o vazio do meu coração. Você já foi? Na verdade, nunca esteve aqui. Assusto-me ao perceber que durante esse tempo falei só. Diálogo solitário com vestes de monólogo. O susto aumenta porque não só falei sozinho como desejei sozinho. Só há uma maneira de curar-me desse susto, desse medo. Como? Curando-me da doença de te amar a cada manhã na ausência silenciosa, doída chamada: saudade.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Agenda!

*O VARAL DE CASA - ÚLTIMO FINAL DE SEMANA!


Duas mulheres aparentimente decadentes e um homem marcado pelo tempo vivem um jogo perigoso nas relações familiares.

Sexta, Sábado e Domingo 16, 17 e 18/12
Ás 20h
Teatro Joaquim Cardoso
R$10 (único)
Contato:3227. 0657


* O SOLO DO OUTRO - ÚLTIMO FINAL DE SEMANA!

Três solos de dança serão apresentados pelos bailarinos Helijane Rocha (Ela sobre o silÊncio), Januária Finzola (Sobre mosaicos azuis) e Jefferson Figueredo ( A face da Falta).

Sexta e Sábado 16 e17/12
Ás 20h
Teatro Hermilo Borba Filho
R$10 e R$ 5 ( meia) - Contato:3355. 3320



* XIV VIRTUOSI - ÚLTIMO FINAL DE SEMANA!

Um dos eventos de música erudita mais importante do país, encerra sua programação esse final de semana no palco do Belíssimo Teatro Santa I sabel. (16,17 e 18/12)

Segue o link com a progração: http://www.teatrosantaisabel.com.br/programe-se/em-cartaz-detalhe.php?page_id=1528


*1º Cabarelhaço

Cabaré de palhaços Recife - Itajaí

Sábado 17/12

ás 20h

Casa Mecane- Av. Visconde de Suassuna,338

Entrada Gratuita

Fone: 3423.6562



* LEIA-ME - LANÇAMENTO!

Lançamento do primeiro livro do amigo e colaborador desse blog, o Luiz Carlos Filho.

"O livro é um romance. Divido em capítulos. Assim, ele pode ser lido de forma separada ou corrida. Conta a história de alguém que vai se descobrindo, se “lendo” através dos acontecimentos da vida. Em especial, através de um final de relacionamento, bem como de fatos do dia a dia. Ou seja, o personagem central é bastante reflexivo. E em tudo ele se coloca e se questiona. Seja uma ida a uma entrevista de emprego, a uma faxina, a uma lavagem de roupas. Sendo assim, levando o leitor a refletir também. Os personagens do romance não tem nome. Aparecem retratados pelos pronomes: você, ele... Para que, desse modo, o leitor se identifique melhor com o texto."

Domingo 18/12
ás 18h
Casa Mecane - Av. Visconde de Suassuna, 338.
Fone:3423.6562
Preço do Livro: R$25.00

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Você


Engraçado você me olhar com esse tom de assustado. Olhar de quem vê uma aurora de outra cor. Assustado como quem vê uma novidade. Novidade, eu sempre fui para você (e para mim mesmo também!). A diferença é que você nunca me notou através das espessas escamas de orgulho e de egoísmo que cobriam seus olhos. Você agora se assusta e tenta me enquadrar na sua caixinha de rótulos de novo. Já fiz isso também. Pois enquadrar o outro alivia o assombramento com o desconhecido. Mas não adianta. Pelo menos, agora não! Pois não te dou mais liberdade e o direito de me pôr nas suas listas, nas suas qualificações. Tentando me entender? Tente. Porém não se esqueça: muito do que sou devo a você. Isso mesmo A VOCÊ! Com seu silêncio, (e até com suas palavras), com seus gestos (ou a ausência deles), aprendi a ser resiliente. Aprendi a me ouvir e me calar (e te calar também!). Aprendi a me valorizar e descobrir que sou melhor do que tudo isso. Aprendi a grande lição: nós, não é advérbio de tempo, nem sinônimo de sempre. Nós, é apenas um pronome que virou a página da minha gramática.

Trecho do livro LEIA-ME!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Diário de bordo






#SEXTO DIA#

Iniciamos o nosso estudo acerca do teatro e suas manifestações no renascentismo. E este será o tema de mais de uma aula.

Na aula de hoje eu estava muito cansada fisicamente, espiritualmente eu estava bem, mas como eu participei a tarde inteira (durante 3 dias consecutivos) da oficina de teatro físico da Viviane Souto Maior, meu corpo estava "quebrado".

Tentei me concentrar no alongamento conduzido pela Soninha, e até consegui, mas eu não consegui me entregar de forma completa aos exercícios propostos pelo Toni, pois o cansaço me dispersou bastante.

Parece que a maior parte da turma estava "pesada" pelo cansaço e a preguiça, acho que foi efeito do feriado que nos atraía.

Preciso experimentar mais do "abandono" aos exercícios independentemente de como eu me encontrar. Sinto que eu perdi a oportunidade de canalizar o meu cansaço para um trabalho de corpo bom, para uma construção oportuna.

Não dei tudo de mim na aula hoje, uma pena!

Evoé

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O varal de casa





Mostre-me teu varal de roupas e digo quem és”. Parafraseando um conhecido adágio que começo relatando a experiência vivida ao ver a peça O varal de casa. Um espetáculo muito simples. No entanto, muito rico de poesia, de construção poética, de iluminação e cenário. O varal é ao mesmo tempo cenário e figurino. Isso foi uma grande sacada da direção. E dessa forma, cada peça pendurada naquele varal conta a história, faz um recorte das vidas dos personagens. Desde nascimento até as traições amorosas. Além do adultério, do incesto e do estupro. Assim, uma peça simples, rápida. Porém, densa, profunda traz no seu conteúdo as “mazelas” humanas vividas por muito tempo e em diversos lugares, inclusive num interior. São três atores em cena. Dois fazem papéis femininos (mãe e filha) e o outro, o pai. Acrescento que em determinado momento uma cena se repete. Pensamos estar confusos, essa cena já foi vista. Seria um erro? Não! Foi apenas uma maneira mágica, lúdica, plástica para falar da roleta-russa. Outra grande sacada da direção. O fipgurino dos atores bastante simples. Mas a maquiagem fez toda a diferença na construção de cada personagem. A vertente religiosa é muito bem explorada e retrata bem realidades de famílias dos interiores. O cenário, dessa forma, traz bastante elementos religiosos que envolve o palco e a platéia (para aqueles que tiverem um olhar mais aguçado!). Onde a religião é salvação, contudo é também perdição, arma. Arma essa que aparece na cena teatral. Ao final, da peça fica a pergunta: o que foi realidade e o que foi alucinação? Quem matou quem? E mais: O que meu varal de roupas fala de mim? Que história é contada em cada varal dessa cidade? É mais uma prova de que nossas vidas e histórias vão além de nossas falas e dos nossos pensamentos mas ganham concretude em tudo que somos e fazemos. Inclusive, no simples ato de lavar e estender roupas.

Fica a dica! A peça está em cartaz até 18/12 no Teatro Joaquim Cardozo. Sex, Sab. Dom. às 20h. Ingressos: R$ 10,00. Vale muito a pena ver uma peça tão rica, e talvez, tão pouco divulgada. Por isso, o blog está aqui para fazer esse papel.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Agenda!

Senhoras e Senhores, agenda pronta.
Não perca tempo e convide os amigos, chegue minutos antes para garantir seus ingressos e bom espetáculo!



* O solo do outro


Três solos de dança serão apresentados pelos bailarinos Helijane Rocha (Ela sobre o silÊncio), Januária Finzola (Sobre mosaicos azuis) e Jefferson Figueredo ( A face da Falta).

Sexta e Sábado 09 e 10/12
Ás 20h
Teatro Hermilo Borba Filho
R$10 e R$ 5 ( meia)
Contato:3355. 3320



* O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas.



Texto melodramático livrimente inspirado no romance A Emparedada da Rua Nova, de Carneiro Vilela. Tal historia relata a vida de Clotilde, emparedade viva pelo pai, o comerciante Jaime Favais, como castigo por engravidar do galante Leandro Dantas.

Sábado e Domingo 10 e 12/12
Ás 20h
Teatro Santa Isabel
R$ 30. e R$15 ( á venda na bilheteria do Teatro Santa Isabel)
Duração: 90 minutos


*Vamos?

Retrata, de forma divertida, o amor comtemporÂneo: o comprometimento, a paixão, a desilução, o romance - como nos relacionamentos em tempos de internet e mensagens de texto.

Sábado e Domingo 10 e 12/12
Teatro Apolo
R$40 e R$ 20(meia)
Contato:3355 . 3318


* O Varal de casa


Duas mulheres aparentimente decadentes e um homem marcado pelo tempo vivem um jogo perigoso nas relações familiares.

Sábado e Domingo 10 e 11/12
Ás 20h
Teatro Joaquim Cardoso
R$10 ( único)
Contato:3227. 0657



* Viva o Recife Antigo

Patusco e Madeira Delay se apresentam no Viva o Recife antigo, na praça do Arsenal.

Sábado 10/12:
20h – Mangagá
21h30 – Madeira Delay
22h30 – Patusco


* A Hora de Clarice



O projeto A hora de Clarice que acontece nesse sabádo data de anviversário da escritora, trará leituras de crônicas, de narrativas infantis, debates, além de exibições de documentários e entrevistas com a autora.

Sábado 10/12
Livraria Jaqueira
A Partir das 9h00
site: www.livrariajaqueira.com.br

Ausência de luz



Frio. Solidão. Escuridão. Ausência de luz. Tudo isso me causa medo. Por não enxergar, por não saber onde as coisas estão, por não poder vigiar, controlar. Sim, gosto de saber de tudo, onde está tudo, quem fez o quê. No entanto, essa condição de ausência de luz lembra minhas ausências. Suor. Frio. Calafrio. Taquicardia. Distonia. Nervosismo. Acessar minhas ausências me dói. Dói ver que não sou completo, perfeito. Dói olhar e não ver. Dói estar de olhos abertos, mas não enxergar por uma limitação externar. É isso! Essa ausência revela algo maior, uma ausência de amor. Amo do lado de cá e o outro lado não ama, não está aberto, está escuro. Percebo, só agora, que há uma diferença entre escuridão e ausência de luz. Parece-me que escuridão é aglomerador, grande, vasto. Cabe tudo. Escuro. Sem enxergar, contudo cabe algo. Enquanto ausência, dói justamente, por revelar na pequenez a falta de. Pronto, assumo: ausência de luz é revelar a ausência que há em mim diante da escuridão que há em ti. Porque ausência é falta. Luz é norte. E ausência de luz é vazio, é ausência de ti.
Texto escrito por Luiz Carlos Filho

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Diário de bordo



#QUINTO DIA#

É o meu quinto dia de aula e eu me sinto como se estivesse com esse povo por anos! Sinto que o nosso entrosamento e convivência está maravilhoso, gerando em mim uma liberdade muito boa para  realizar os trabalhos.

Hoje vimos o teatro na idade média, onde o Toni nos conduzia à era medieval, a partir de uma passagem do tempo, em que cantos gregorianos eram tão intensos no ambiente de trabalho.

Foi fantástico perceber como aquela música que, normalmente me leva a um relaxamento, gerava em mim um sentimento se opressão, dor, angústia...e por um momento, pude sentir, mesmo que internamente, o que os atores e artistas da idade média sofreram com a perseguição que vinham principalmente da igreja, que naquela época os consideravam pagãos por amar e viver a arte.

Ao mesmo tempo em que meu corpo sentia o "peso" do medo e da dor, começamos, aos poucos, a abstrair e a zombar com tudo aquilo. Brincar com o sofrimento, com a intolerância, com a perseguição e tudo virou uma grande brincadeira e folia.

De repente, as gargalhadas escondiam o barulho das chicotadas e a alegria superava a tortura. E ao meu redor... Zombadores...trupes...irreconhecíveis!

O nosso improviso hoje foi espetacular, parecia que tínhamos ensaiado, tamanho era a nossa sintonia e comunicação corporal!

Minha maior gratidão na aula de hoje foi perceber o quanto alguns de nós (inclusive eu) nos "abandonamos" no jogo... E com isso, os nossos corpos "falaram". Como muitos de nós verdadeiramente nos transformamos!

Aula perfeita, turma linda, mestres maravilhosos! Amo o teatro!!?

Evoé

Janeiro de Grandes espetáculos / 2012


Conheça os espetáculos pernambucanos selecionados para o festival 18º Janeiro de Grandes Espetáculos, evento que será realizado de 11 a 29 de janeiro de 2012, no Recife, Olinda e Caruaru, pela Apacepe (Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco). Em ordem alfabética:

PROJETOS TEATRO ADULTO

- A Inconveniência de Ter Coragem (Pontinho de Cultura Galpão das Artes/Limoeiro)
- Cabaré Vaudeville – As Levianas (Cia. Animé/Recife)
- Divinas (Duas Companhias/Recife)
- Essa Febre Que Não Passa (Coletivo Angu de Teatro/Recife)
- Manual Prático de Felicidade (Teodora Lins e Silva Companhia de Teatro)
- Noturnos (Cia. Fiandeiros de Teatro/Recife)
- O Canto de Gregório (Grupo Magiluth/Recife)
- Palhaços: O Reverso do Espelho (Dramart Produções/Recife)

* Comissão de avaliação: Elton Bruno Siqueira, Quiercles Santana, Fátima Aguiar e Roberto Lúcio.

PROJETOS DE TEATRO PARA INFÂNCIA E JUVENTUDE

- Algodão Doce (Mão Molenga Teatro de Bonecos/Recife)
- Assim Me Contaram, Assim Vou Contando... (Enlassos Cia. de Teatro/Recife)
- O Circo do Futuro (Ilusionistas Corporação Artística e Chocolate Produções Artísticas/Recife)
- O Pirata Tubarão e o Índio Xavante (Circus Produções Artísticas/Recife)
- O Urubu Cor de Rosa (Grupo Scenas/Olinda)
- Nem Sempre Lila (Grupo de Teatro Quadro de Cena/Recife)
- Pluft, O Fantasminha (Cênicas Cia. de Repertório/Recife)
- Valentim e o Boizinho de São João (Cia. Máscaras de Teatro/Recife)

* Comissão de avaliação: Ana Elizabeth Jápia, Cira ramos, Williams Sant'Anna e André Filho.

PROJETOS DE DANÇA

- Aluga-se Um Coração (Qualquer Um dos 2 Cia. de Dança/Petrolina)
- Cordões (Grupo Peleja/Olinda)
- Dark Room (Cia. Etc/Recife)
- Espaçamento (Cláudio Lacerda/Dança Amorfa/Recife)
- Estar Aqui ou Ali? (Visível Núcleo de Criação/Recife)
- Eu Vim da Ilha (Cia. de Dança SESC Petrolina/Petrolina)
- Ilhados – Encontrando as Pontes (Grupo Experimental/Recife)
- Sob a Pele (Dante Cia. de Dança e Teatro/Recife)

* Comissão de avaliação: Paulo Henrique Ferreira, Christianne Galdino, Sandra Rino e Marília Rameh.

** A grade completa, com as montagens nacionais e internacionais, será conhecida em breve.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Cursos e Oficinas - O bom é aprender!

Fonte: Blog Viviver
 
 
Galera, segue mais uma dica de oficina que vale a pena demais fazer! 
Mais detalhes no site da Viviane Souto maior, abaixo transcrito.
Esvaziar-se para preencher-se!

Descrição

"Treinamento: esvaziar-se para preencher-se"
A oficina propõe apresentar alguns treinamentos do teatro físico que constitui a base do trabalho do ator-dançarino possibilitando uma maior conscientização do seu corpo-mente, desenvolvimento de uma presença cênica, manipulaçã...o de energias e trabalho com diferentes corporeidades. Serão trabalhados conceitos e princípios como pré-expressividade, extracotidiano, equilíbrio precário, etc.
A oficina é destinada para pessoas que tenham alguma experiência em teatro ou dança.

>> Viviane Souto Maior
 
Atriz-dançarina formada em artes cências pela UFBA, trabalha com teatro físico há quase 10 anos tendo a antropologia teatral como principal referência de sua formação. A atriz-dançarina utiliza-se das técnicas do teatro, dança, circo e culturas populares como subsídios para o seu treinamento pessoal e processo de criação, trabalhou com o grupo OCO TEATRO LABORATÓRIO dirigido por Luís Alberto Alonso, participando de importantes atividades culturais como o XV Seminário de Teatro PONTE DOS VENTOS, dirigido por Iben Nagel Hasmussen.
Quando? de 05 a 07 de Dezembro/2011

Horário: 14h às 17h
Investimento: R$ 70,00
Onde?: No Casarão Peleja
VAGAS LIMITADAS!
inscrições: vivianemaior@ig.com.br
tel: (81) 96005165 (tim)
Veja também: www.viviver.blogspot.com
www.casaraopeleja.blogspot.com

Evoé

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Agenda!

Dezembro! É hora de colocar o sapatinho na janela e esperar ansioso pela surpresa do bom velhinho, mas até lá, vamos conferir nossa primeira agenda desse mês tão quente e que em seu segundo dia homenageia o nosso samba.

Vamos ao teatro, vamos a uma roda de samba, vamos nos divertir!

A vida é pra ontem!

2 de Dezembro. Dia do Samba!




*Antes da coisa toda começar

02/12 (sexta)

Sobre o espetáculo:

Espécie de auto-biografia dos 23 anos de trajetória do Armazém Companhia de Teatro. Téo é um ator em crise que começa a se questionar sobre o sentido de seu ofício. Zoé é uma jovem que avança sem amarras sobre as belezas e abismos da paixão. Léa é uma cantora que tenta se recuperar de uma tentativa de suicídio mal sucedida. Três personagens atravessando processos distintos, entre os impasses da vida e os impasses da morte, seguindo na tentativa de não se acomodarem diante das regras do mundo.

Teatro Luiz Mendonça - Parque Dona Lindu, Av. Boa Viagem
ás 21h
Ingressos - R$ 30 e R$ 15 (meia), à venda na bilheteria



*Mostra expectativa 2012 e Retrospectiva 2011. Fundaj (cinema da Fundação)

Trinta longas-metragens foram pinçados para a grade da Mostra Expectativa 2012 / Retrospectiva 2011. O festival ocorre de 2 a 17 de dezembro.
Os ingressos custam R$ 8 (meia a R$ 4).
Para assistir às exibições de curtas, basta pagar R$ 1. A Fundaj avisa que a venda dos bilhetes será feita na véspera de cada sessão.

Programação desse final de semana:

SEXTA, 2 DEZ

17h30 - MEIA NOITE EM PARIS
(Midnight in Paris, EUA, Fra., 2011). De Woody Allen. Com Owen Wilson, Rachel McAdam.

19h30 - ISTO NÃO É UM FILME
(In Film Nist, Irã, 2011) / De Jafar Panahi. Com Jafar Panari.


21h10 - TRIANGULO AMOROSO
(Drei, Alemanha, 2010) De: Tom Tykwer. Com Sophie Rois, Sebastian Schipper, Devid Striesow.


SABADO, 3 DEZ

17h - A ÁRVORE DA VIDA
(Tree of Life, EUA, 2011). De Terrence Malick. Com Brad Pitt, Sean Pean.

19h50 - O PORTO

(Le Havre, Fin. Fra. Ale., 2011) De Aki Kaurismaki. Com André Wilms, Kati Outinen, Jean-Pierre Darroussin.

21h40 - AMORES IMAGINÁRIOS
(Heartbeats, Canadá, 2010). De Xavier Doland. Monia Chokri, Xavier Dolan


DOMINGO, 4 DEZ


16h20 - LATE BLOOMERS: O AMOR NÃO TEM FIM
(Late Bloomers, Fra. Bel., UK, 2011) De Julie Gavras. Com Isabella Rosellini, Willian Hurt.

18h20 - SE NÃO NÓS QUEM?
(Wer Wenn Nicht Wir, Alem, 2011 ) de Andres Veiel. Com Adele Haenel, Sylvie Lachat, Ulysse Grosjea.

20h50 - ISTO NÃO É UM FILME (75’) - 2a. exibição

Endereço do cinema da Fundação:

Rua Henrique Dias, 609, Derby
Informações: 3073.6688



*No Acre

03/11 Sábado

A Banda Móveis Colônias de Acaju.

O show da MCA faz parte do projeto do grupo, o Rotas Musicais, patrocinado pela Petrobrás, que passará por doze cidades brasileiras. Os integrantes da banda aproveitam o tempo livre para participar de um debate, na Livraria Saraiva (no Shoping Recife) sobre o mercado musical.Os músicos pedem que o pessoal leve um 1kg de alimento não perecível.(ás 17h do dia 03/11).

Animam também a festa o powertrio Tathianna Nunes, Bruno Guimarães e Talles Collatino nas pickups, mais os Djs PatrickTor4 e Incidental.

O Bar Acre fica na Avenida Rio Branco, 66, Bairro do Recife.

Os ingressos estão sendo vendidos no Delta Expresso, no Bairro do Recife. Antecipado custa R$20, na hora, R$25.



* Dançando a Diferença
03/11 Sábado

Bella Maia apresenta o espetáculo: Dançando a Diferença
ás 20h
Teatro Ribeiro - Centro de Convenções
Entrada: R$ 5,00





*O varal de casa

Sobre o espetáculo:

O espetáculo apresenta as figuras de duas mulheres aparentemente decadentes, e um homem marcado pelo tempo e pelas lembranças de seus momentos conturbados entre suas relações familiares. Expõe de uma forma um tanto “deformada”, uma realidade em que as lembranças do passado foram trazidas à tona em busca de uma solução para os problemas por eles vividos. A ação se dá através de um jogo perigoso, onde a filha do casal que sofreu traumas durante a infância, estimula a mãe a embarcar em seu plano maléfico que almeja uma cruel vingança contra o seu próprio pai. Nesta “brincadeira” todos os personagens são participantes de uma roleta russa que tem por objetivo deixar que o destino decida tudo... somente ele.

Teatro Joaquim Cardozo (Rua Benfica, 157, Madalena).

Sexta-feira, sábado e domingo, às 20h.

Ingressos: R$ 10 (único).

Informações: (81) 3227-0657.


*Vamos falar de qualidade de teatro?

03/11 Sábado

Leidson Ferraz convida:

Um papo sobre o tema: "E a qualidade do teatro pernambucano? Alguns lances da nossa história", na V mostra Capiba de teatro.

"Pretendo abordar o que podemos entender como qualidade no teatro (e com um objetivo de fazer valer que ela existe no que se produz em Pernambuco, mesmo entre fluxos de maior ou menor potencialidade), investigando,através de exemplos, o cuidado estético, de interpretação, de produção,e de proposta que vai a cena, e daí pontuar trabalhos significativos para nossa história teatral, principalmente mais recentes, seja no que eu considero a produção profissional e aquela que tenta ser, ou assumidamente não é. Usarei imagens. E´um tema de instigação para um bate papo com a pláteia."

SESC Casa Amarela - Av. Norte
ás 16h
Cineclub Coliseu
Entrada Franca
3222.0025 // 9292.1316


*Espetáculo de Stand Up Comedy

04/11 domingo

Comediários: Bruno Brederode e Rhandau Patápio
Humoristas Convidados: Rodrigo Marques e Gustavo Pardal

Espaço cultural Casa Mecane. (Av. Visconde de Suassuna, nº 338, Santo Amaro – Recife – PE)

19h

Entrada: R$ 10,03 (desconto de R$ 0,03 para os 3 primeiros)
Informações: 8527-5497






Insônia



Queria dormir cedo. Queria esquecer muitas coisas. Ou ao menos não queria pensar nelas. Não consegui dormir. Virei de um lado para o outro da cama. Pensei que fosse fome. Comi. Não resolveu. Pensei que fosse sede. Bebi água e não resolveu. Sentei e li um livro. Não resolveu. Não tinha concentração com os meus pensamentos. Fui para janela do quarto, olhar os carros, o céu estrelado, as pessoas passando lá embaixo do prédio. Nada resolveu. Deitei na cama. Peguei todos os travesseiros e todas as almofadas. Não resolveu. Descobri! Faltavam os seus braços a me envolver como uma fortaleza protegendo a cidade da chuva, da tempestade. Então, chorei... E dormi.

Texto escrito por Luiz Carlos Filho

Cursos e Oficinas - O bom é aprender!

Gente, estou recebendo muitos e-mails e pedidos de dicas de cursos e oficinas, por isso vou começar a indicar alguns que eu vou vendo que realmente vale a pena ser feitos. O primeiro deles é o curso de clown promovido pela Cênicas (abaixo). Esses dias, vou divulgar uma oficina com a Viviane Souto Maior que vai rolar esses dias. Aguardem!




Início dia 12-12-2011 às 19h até o dia 27-12-2011 
Dias: segundas, terças, quartas, sextas e sábados.
Duração 03 semanas.

Espaço Cênicas:

Rua Marques de Olinda - 199 segundo andar sala 201.
Bairro do Recife Antigo
Entrada pela rua de trás - Rua Vigário Tenório


A O f i c i n a:
A presente oficina é uma vivência de 40 horas com o objetivo de iniciar atores e profissionais de diversas áreas na arte do clown. Trabalhando por meio dejogos expressivos, onde seu instrutor (monsieur) busca aflorar o que há de mais verdadeiro e espontâneo em seus participantes chegando assim à descoberta do seu ‘eu ridículo’. O objetivo é introduzir o clown no uso da máscara (nariz) e instrumentalizar a descoberta de sua comicidade física, deseu figurino (pele), de sua maquiagem e por fim de seu nome. Esta oficina configura-se como um rito de passagem na iniciação de novos palhaços.

C l o w n?
A palavra clown vem de clod, que se liga ao inglês "camponês" e ao seu meio rústico, à terra. A tradução de clown para o português é palhaço. Por outro lado, palhaço vem do italiano paglia (palha), material usado no revestimento de colchões, porque a primitiva roupa deste cômico era feita desse material. Palhaço e clown são termos distintos para se mencionar a mesma coisa. Porém existem diferenças quanto às linhas de trabalho.
O clown é a exposição do ridículo e das fraquezas de cada um. Logo, ele é um tipo pessoal e único. O clown não representa, ele é - o que faz lembrar os bobos e os bufões da Idade Média. Não se trata de um personagem, ou seja, uma entidade externa a nós, mas da ampliação e dilatação dos aspectos ingênuos, puros e humanos (como nos clods), portanto "estúpidos", de nosso próprio ser. François Fratellini, membro de tradicional família de clowns europeus, dizia: "No teatro os comediantes fazem de conta. Nós, os clowns, fazemos as coisas de verdade."
O trabalho de criação de um clown é extremamente intenso, pois confronta o artista consigo mesmo, colocando à mostra os recantos escondidos de sua pessoa; vem daí seu caráter profundamente humano.

M i n i s t r a n t e:
Rafael Barreiros (também conhecido por Gentileza) é o idealizador e integrante da Cia. De Improvizzo Quarto dos Sátiros - PE, nascida a partir do Núcleode estudos em Clown que coordenou por quatro anos na D´Improvizzo Gang, grupo de teatro de improvisação iniciado pelo professor da UFPE Paulo Michelotto. Também é responsável pela coordenação cênica do projeto de doutores palhaços, - Palhaçoterapia - UPE (Universidade de Pernambuco), e há nove anos dedica-se ao estudo do clown. Em sua formação constam vivências com Luciano Bertoluzzi – SP, Cristiane Paoli Quito – SP, Jesser deSouza e Cristina Colla, Grupo LUME – Campinas (SP), Palhaço Tomate – Argentina, Joice Aglae – UFBA (BA), Roberto Colores – Uruguai, Avner – EUA, Paulo Michelotto – UFPE (PE), Tuga – Chile. Barreiros é arte-educador, licenciado no curso de Educação Artística com Habilitação em Artes Cênicas da Universidade Federal de Pernambuco, coordenou as atividades artísticas da Caravana Arco íris Por La Paz – México e faz parte da equipe do Circo da Trindade - PE .

D u r a ç ã o:
40 Horas Aula
N° d e p a r t i c i p a n t e s:

20 à 25 vagas limitadas


C o n t a t o s:

Cênicas Cia de Repertório
http://www.cenicascia.blogspot.com/
cenicascia@gmail.com

Fone: (81) 9609-3838 - 8664-3898

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Paloma para matar - uma comédia musical onde a platéia escolhe o final


Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que esse tipo de peça não é das minhas preferidas. Mas ainda bem que não sou chamado a ficar preso a só uma visão do mundo. Sendo assim, fui aberto a aprender, encontrar coisas novas nesse espetáculo. Ao adentrar no teatro, o público (e eu também!) é recebido pelas cortinas do palco abertas, cenário montado e frases do boas-vindas e um som ambiente. Som esse que remetia a boate. Aparentemente, tudo reforçava uma cultural gay e trash.
A peça, enfim, começa. Demoro um pouco a dar as primeiras risadas. Mesmo todo o restante da platéia já está fazendo isso. Algumas piadas e performances me cheiram a lugar comum. No entanto, o brilho da peça ganha outra cor com a atuação de 3 atores: Filipe Endrio (neste dia substituiu o Reyson Santos no papel da Jurema), Cristiano Cândido (fazendo o Gabriel) e Reinaldo Patrício (Natasha). Antes da peça começar, já sabia da substituição de alguns atores devido a imprevistos quanto à saúde e quanto a outros trabalhos do elenco. Então, ver a participação de Filipe Endrio chamou-me mais minha atenção. Ele teve um feeling muito bom com o elenco. Acredito que ele fez algumas improvisações e ficaram muito boas. Realmente, antes da peça, não daria para perceber que ele não fazia parte do elenco. Muito boa escolha. Bom profissional ele! O Cristiano Cândido me surpreendeu por apresentar não só um rosto bonito e de galã da peça. Mas ele tem um trabalho muito bom de postura, de voz e de corpo. Por fim, Reinaldo Patrício também foi uma surpresa para mim. O trabalho de corpo dele é incrível. E pareceu-me um ator rico às improvisações, ao feeling do que estava acontecendo no palco. Bem, Paloma para matar é uma comédia que satiriza e homenageia o mundo das divas pop. É uma peça muito boa para rir. Sim, há dias que não queremos ver uma peça de Shakespeare, ou não queremos refletir horrores. Mas queremos distrair, esquecer os problemas e rir. Para quem deseja isso, vale a pena conferir essa peça. Ah, e para quem estava curioso, eu rir muito, viu! Outro ponto interessante é que a peça ficou em cartaz durante dois anos e foi a primeira peça em Pernambuco a trazer essa interação do público escolher o final. Pois a peça tem 3 finais. Onde em um dado momento, o público é consultado. Boa sacada, essa interação. Alguns lembretes importantes:

A temporada da peça deste ano terminou. No entanto, há planos para retornar após o carnaval.
A peça é da Cia. Hórus visão cênica. Essa companhia promete uma nova peça no próximo ano. Em paralelo com Paloma para matar. Ou seja, Paloma não morrerá (risos).
O texto de Paloma para matar é de Luciano Costa. E a direção é de Lano de Lins. Termino por aqui agradecendo o convite do ator Reinaldo Patrício de convidar o blog Entre palco e coxias, na minha pessoa, para ver a peça. E aguardando as surpresas dessa Companhia e mais risadas para 2012.
Texto escrito por Luiz Carlos Filho

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Diário de bordo


#QUARTO DIA#

Eu simplesmente ADOREI a aula de hj (e qual foi a que eu não gostei? kkkk).

É que eu tenho um motivo muito especial por ter me "jogado" na aula, pois estudamos na prática, a história do teatro na Grécia e em Roma, e por conta disso vivenciamos e celebramos o culto à Dionísio (Baco), que como muitos já sabem e perceberam pela minha saudação nas postagens, eu sou apaixonada pela mitologia.

O trabalho de corpo e respiração foi intenso, porém hoje foi muito tranquilo para mim realizar os exercícios orientado por Vinícios. Fiquei feliz, pois percebo que estou mais disciplinada na respiração e com consequencia, meu corpo responde muito melhor à aula.

Fomos conduzidos às celebrações das "festas" dionisíacas, onde colhemos as uvas para preparar o vinho, com muitos cantos, risos, danças e júbilo. E por coincidência (que para mim teve o dedo de Baco), eu fui Dionísio... e no trono, tomada por uma energia misteriosa, não contendo o riso, a euforia, exclamei: EVOÉ! Mandando todos beberem, dançarem e se divertirem, vivendo o grande espetáculo a partir das artes!

Tendo passado pela Grécia, no segundo momento da aula revivemos o teatro em Roma, onde as batalhas dos gladeadores no coliseu foi a inspiração do nosso trabalho, o que nos levou a fazer um improviso com as histórias própria da época.

Sinto a cada encontro, que a unidade na turma cresce, fazendo com que todos nós caminhemos juntos a um único objetivo: a descoberta e desenvolvimento do artista de teatro que somos.

E vamos que vamos!!!

Evoé


domingo, 27 de novembro de 2011

Luis Antonio - Gabriela - Cia. Mungunzá de Teatro (SP)




Chego a minha casa e permaneço em silêncio. Não quero ligar a TV ou ouvir música. Quero deixar o silêncio ajudar o acesso a tantos sentimentos, tantas reflexões de uma peça tão densa, tão poética, tão forte: Luiz Antônio – Gabriela.
Ao adentrar no teatro, vejo os atores e músicos fazendo os exercícios de aquecimento vocal na nossa frente (o que gosto muito) e traz uma interação com o público muito legal. Além de nos inserir na cena artística. O cenário já chama atenção pela idéia de desconstrução. Ou seja, nada daquele cenário muito certinho, medido. No entanto, deparo-me com um cenário muito rico, cheio de informações e que dialogam com os atores, com a história e com o público o tempo todo. Em especial, o artista plástico que desenhou durante o espetáculo em cena um corpo de “uma mulher”. Remetendo-nos ao personagem central da trama. Ademais, acrescento que foi muito bem usado o recurso das imagens na tela de projeção, na TV. Algumas cenas foram filmadas antes e outras eram filmadas, ali, pelos próprios autores. Levando-nos a um misto de teatro e cinema. Ou seria, um novo caminho do teatro onde as diversas linguagens artísticas se dialogam?
A história conta a vida de Luiz Antônio, filho mais velho de cinco irmãos. A peça é contada e dirigida pelo irmão, na vida real, de Luiz Antônio. A peça ganha destaque por diversos momentos poéticos e densos. A cena da surra do filho, pelo pai ao som de música e a sonoplastia (da referida surra) através de sacos plásticos foi uma brilhante sacada da direção. Muito belo também foi a cena das bexigas com o nome das pessoas que eram caras a Luiz Antonio: mãe, eu, vida, nascer. Nomes esses que também revelavam o teor da crise existencial vivida por Luiz Antonio. Crise que também apareceu – abertamente – nos cartazes que o personagem mostrava: “eu nasci no corpo errado”. A história traz um pouco de história do Brasil, não só ao retratar o âmbito político-social vivido pelos personagens, bem como ao mostrar que naquele tempo não haveria outra possibilidade de viver a homossexualidade a não ser sendo “travesti”. Isso já nos leva a refletir que a questão da homossexualidade não pode cair no lugar-comum da “escolha” ou de “porque eu sofri, então hoje...”. Interessante perceber que mesmo vivendo numa relação de amor e ódio entre o pai. Luiz Antonio sente falta e carinho pelo pai. Mesmo estando distante. E também sofre com a morte do pai. O pai, no entanto, revela ter carinho e aversão pelo filho. Aversão explicada na fala de um dos personagens. O pai não gosta de Luiz Antonio porque olhar para o filho, fruto de uma traição, é lembrar que traiu a esposa que tanto amou e que morreu no parto. Penso que na figura do pai deveriam espelhar-se vários pais daquela época e desse tempo também. Penso que na figura desse pai esconde-se uma perversão ao sentir prazer em “surrar” o filho. Algo vertendo para o lado do masoquismo. A madrasta apresentou, para mim, uma mulher desatenta às dores de Luiz Antônio. Muito bem construída e retratada a ansiedade dela, ao mostrar em cena uma personagem que falava demais e que, na maioria das vezes, estava comendo algo. Lembremos que o falar demais e comer demais são sinas sintomáticos da ansiedade. Muito belo também foi a passagem do tempo descrita de maneira musical e bibliográfica. Essa última mostrada não só na narrativa, bem como nas fotos e documentos reais – de Luiz Antonio – que apareciam na TV e na projeção. Uma das frases que me chamou atenção na peça (foram muitas, viu!) foi: “o truque de viver é a arte”. E o personagem central aparece várias vezes cantando e tocando algum instrumento em cena. Realmente, travesti ou não, Luiz Antonio, da vida real e do personagem – teve que usar da arte como truque de driblar as dores e as amarguras da vida. Outro momento do texto muito bonito foi: “A vida é tão curta e a gente se dando em pedaços. Não sei acumular afeto e ele vaza...” Lembrou-me Clarice Lispector. Mulher que soube refletir sobre coisas simples e sobre coisas densas. Luiz Antonio parecia realmente ter usado a poesia como truque. Pena que naquela época não foi acolhido pelo mar do respeito às diferenças. (E isso mudou hoje?)
Termino por aqui usando uma frase da peça para encerrar e falar das minhas últimas impressões: “Essa peça é um pedido de desculpa por eu não saber lidar com isso”. Então, espero que essa crítica seja um pedido de desculpa: pelas vezes que como o pai de Luiz Antonio e eu também me silenciei ante a dor do outro. Pelas vezes que encontrei um prazer-perverso em usar e denegrir o outro (mesmo que inconsciente). Pelas vezes que não ouvi o diferente que estava ao meu lado dizendo “eu nasci no corpo errado”, mas quem sou eu para julgar o certo e o errado? Por um acaso a balança da justiça pesa em minhas mãos? Pelas vezes que preferi, como a família de Luiz Antonio, que o problema fosse para longe, para libertar a família, a sociedade do peso da vergonha e da humilhação e não fui coerente com minha escolhas políticas, sociais, humanas, pessoais. Esse texto é um pedido de desculpas pelas vezes em que a arte nesse país não foi truque para uma vida melhor, mas foi instrumento de alienação nas mãos de alguns. Perdão, eu ainda não sei lidar com isso. Isso que é a complexidade do outro que toca e reflete bem aqui em mim.
Texto escrito por Luiz Carlos Filho

sábado, 26 de novembro de 2011

O Jardim - Cia. Hiato

Foto: Deyse Leitão
Lágrimas...emoção...introspecção... esses foram os sentimentos que eu senti e que poderiam ser facilmente percebidos pelo público que se encantava pela espetacular apresentação de O Jardim.

De forma intimista, o espetáculo recebeu a plateia no palco, que com capacidade para 120 pessoas, acolheu-nas naquele universo onde as lembranças, a despedida, a memória nos contagiavam de forma sublime.

A dinâmica e rítimo da apresentação é impressionante! 

Três histórias acontecem ao mesmo tempo no palco, sendo o espaço dividido pelas caixas de papelão que nos faz lembrar de mudança- e junto com ela, o passado, as histórias, lembranças- e a sequência dessas histórias vai depender do lugar onde o espectador escolheu para sentar.

Foto: Deyse Leitão
Eu assisti a partir da história de um senhor (que depois compreenderei que é Thiago), que tem Alzheimer, e suas duas filhas que estão prestes a internar o pai num asilo. Uma das irmãs, é atriz e foi embora de casa em busca do seu sonho, a outra, que vai ser mãe solteira, ficou cuidando do pai. No decorrer da trama, as duas vão lembrando da história do pai, da infância, vendo fotografias, cantando as canções antigas...

A segunda história que vi foi a de Aline, a neta de Thiago, que teve a casa da família tomada por uma ação de usucapião, que tem como sua única companheira, Rebeca, uma jovem que trabalha para ela, desde os 7 anos de idade. Num diálogo onde as duas, tendo nas suas memórias as mesmas lembranças, tentam preservar a história da família de Aline.

Foto: Deyse Leitão
A última sequencia que eu assisti, foi a do casal Fernanda e Thiago (quando era jovem), que estão prestes a se separar, vivendo todas as dores e fases de um rompimento: mágoas, medo, insegurança, recaídas, e mais uma vez as lembranças da história de amor, que ainda pesa na decisão a ser tomada.

Foto: Deyse Leitão
Ao final, percebemos que aquelas sequencias se comunicam e entrelaçam, representando as lembranças daquele homem que fora acometido pela traiçoeira doença, o Alzheimer. E que em forma de flashes vão construindo uma história de vida marcada pelo amor, pelo conflito, esperança e intensidade.

Enfim, O Jardim é uma peça intensa, profunda, maravilhosa e imperdível ,que arrancou lágrimas e soluços de choro da maioria da plateia Recifense.

De longe, foi o melhor espetáculo do festival que eu assisti até agora! 

Evoé