domingo, 11 de novembro de 2012

A INCRÍVEL CONFEITARIA DO SR. PELICA





Texto Pedro Brício, a direção é de Antônio Rodrigues e assistência de Sônia Carvalho.

Trabalho de conclusão da IV Turma de Iniciação Teatral da Cênicas Cia de Repertório.

Em uma confeitaria decadente do século XVIII, o proprietário Pellica, sua família, seus criados e seus amigos passam dificuldades e pensam numa maneira de salvar seu negócio. Pellica acredita que a salvação virá de um enviado de São Judas. Então, aparece Sterne, fugitivo do exército, vestido de soldado, mas que diz ser padre. Pellica supõe que ele seja seu salvador. O conde Bellone, credor de Pellica, propõe casamento a sua filha Isabela como forma de pagamento da dívida da confeitaria e anuncia um grande concurso de tortas. Pellica deposita suas esperanças no concurso.
Uma comédia divertida onde os personagens são arquétipos de uma sociedade burguesa decadente. Com textos de um humor rápido e inteligente, essa maravilhosa trama cheia de reviravoltas vai levando o público a um final surpreendente.
O trabalho é resultado da  IV Turma de Iniciação Teatral da Cênicas Cia de Repertório. 

Elenco: Bárbara Brendel, Cláudia Shinoby, Dani Medeiros, 
Diego Nascimento, Douglas Dantas Jajá Rodrigues, 
Jandson Miranda, Lídia Lins, Manoel Francisco, 
Nice Lima e Pollyanna Cabral.

SERVIÇO

***A Incrível Confeitaria do Sr Pellica***
TEATRO BARRETO JÚNIOR
DIA: 11 DE NOVEMBRO DE 2012
HORA: 20h
INGRESSO: R$20,00 E R$10,00

Evoé

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Olhar inteireza...

Não sei olhar para ti. Não sei olhar para ti e não pensar em mim. Não sei olhar para mim e não pensar em ti. Não sei olhar para mim e não te ver, te ter aqui. Do meu lado. Essa é a pior dor. Ausência de presença. Ausência de certeza. E só me resta a presença das lembranças. Mas teimo. Teimo em olhar para ti. Mesmo sem saber o que olhar, para onde olhar. Ou o que fazer com a retribuição do teu olhar. Pois olhar para ti é encontrar o melhor de mim. É encontrar consolo e refúgio. Olhar amor. Olhar oceano. Olhar inteireza que preenche meus espaços vazios. E me devolve a beleza de ser amado.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Se...

Se eu não tivesse entrado naquela rua... Se eu não tivesse entrado naquele bar... Seu sorriso não teria me encantado, seu olhar não teria fisgado meu olhar justamente em que eu olhava para você. Se o garçom não tivesse chegado com aquele recado de guardanapo piegas (guardanapo que tenho até hoje)... Se eu não tivesse retribuído sua conversa, se eu não tivesse retribuído seus abraços, seus afagos, suas carícias... (Começo a querer chorar, a bater na almofada do sofá.) Se você não tivesse a fórmula secreta para invadir aqui dentro. Se você não tivesse entrado minha vida e mudado minha maneira de olhar o mundo, olhar a mim mesmo e até você. (Começo a andar de um lado para o outro. Pego o celular, largo o celular, abro a janela...) Essa confusão não teria tomado conta de mim. Essa dor não rasgaria meu peito... as lágrimas não rolariam da minha face! Ai que raiva! (Começo a chorar, um choro forte, doloroso.) Raiva não porque você foi embora, mas porque deixei você entrar. Quão estúpido fui ao achar que o que me dava era amor. Era tudo menos amor, porque passou! Passou? Ai, eu não sei mais. (Silêncio...) Estou sem norte, sem leste, sem rumo... sem você. Ora droga! Como fui me enganar de novo!!! Como fui me apaixonar de novo! Se você... E SUAS PALAVRAS? E SUAS JURAS DE AMOR? O QUE FAÇO COM ELAS? Eu estava certo em ter medo, em ter muito medo de me apaixonar. Horrorizado fiquei quando “não deixei” você entrar, porém, quando eu vi você já tinha visto o melhor de mim, porque você já estava do lado de dentro. (Me acalmo, sorrio e escrevo num papel a verdade mais profunda dessa noite)...Se eu não te amasse, não seria eu!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Eu não aceito...

As folhas que vejo da janela do meu quarto são verdes. A capa do caderno em cima da escrivaninha é verde. Verde também é a fruta ainda na árvore que não está no seu tempo certo de ser arrancada e saboreada. Verde é o sinal quando os carros podem avançar e o motorista chegar à sua casa e rever filhos e esposa. Verde, dizem ser, a cor da esperança – uma convenção social, talvez, que não sei por qual motivo escolheram essa cor. Verde é a minha cor favorita. Verde... verde... verde são os teus olhos. Verde é a cor de algo não pronto, imaturo... algo que não está pronto para ser revelado. Então, eu ainda estou verde. Verde por não aceitar. Isso mesmo: eu não aceito. Não aceito a impossibilidade de andarmos de mãos dadas como fizemos no verão passado nos finais das tardes. Não aceito ficarmos sem tomarmos nossa bebida preferida juntos e contando besteiras ao som da nossa banda favorita em plena 1h da manhã. Não aceito ficar sem ver você como a primeira imagem da manhã ao acordar. Justamente a imagem que me dá mais garra para viver e continuar vivendo: seu sorriso. Não aceito ficar sem seu abraço nos meus dias tristes ou, até mesmo, nos dias dos meus dramas existenciais. Não aceito ser incompleto porque aquele que me completa está longe de mim. Não aceito abrir meus e-mails e faltar aqueles e-mails com mensagens de cachorros e gatinhos que todo mundo recebe, porém com uma mensagem inrepetível: “amor, bom dia! Sou mais bonitinho que o gatinho, não sou?”. Não aceito a sua ausência logo agora que estava me acostumando a ser feliz. Logo agora que estava aprendendo a ser amado e amar além dos meus egoísmos. Não aceito. Estou verde. Estou imaturo. Estou sem você. E verde é a minha cor preferida. Porque você, desde o primeiro dia em que te vi, passou a ser minha cor preferida. Você é o meu preferido “você” para todos os nossos “nós”!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Hoje tem!

*10° Amostra Brasileira de Dança
 
PEQUENOS ATOS DE RUA - 1° ATO GRUPO DE DANÇA (MG)

 
02 de julho (segunda), às 16h.
Parque da Jaqueira, Recife.
Acesso: Gratuito.
Duração: 40min.
Classificação: Livre.

Com concepção e direção de Suely Machado, a obra é apresentada em espaços públicos da cidade, tendo como inspiração contos e no realismo fantástico e buscando aproximar o público na identificação e na transcendência dos movimentos. A cena cotidiana é, então, matéria prima para quadros que se movem e transformam o cenário urbano em ambientes de sonho e possibilidades.

fonte: www.mostrabrasileiradedanca.com.br

sábado, 30 de junho de 2012

Hoje Tem!


* 10° AMOSTRA BRASILEIRA DE DANÇA

30 de junho (Sábado), às 20h30
01 de julho (Domingo), às 19h
Gratuito, Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu)
São Paulo Companhia de Dança (São Paulo/SP)
Coreografias: Bachiana Nº 01, Grand Pas de Deux de Dom Quixote, Ballet 101 e Gnawa






* 9° FESTIVAL DE TEATRO PARA CRIANÇAS

O 9º Festival de Teatro para Crianças de Pernambuco terá programação sempre aos sábados e domingos, nos teatros de Santa Isabel, Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro), Barreto Júnior e Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu).
São treze espetáculos de Pernambuco, um da Bahia e um de São Paulo, com 28 apresentações voltadas ao público infantil nas férias de julho. Também estão programadas oficinas para as crianças.
Os ingressos serão comercializados a R$ 24,00 (inteira) e R$ 12,00 (crianças a partir de dois anos, estudantes e boa idade, mediante a apresentação da carteira).

30 de junho (Sábado)
1º de julho (Domingo)
Teatro Santa Isabel
Caxuxa (Duas Companhias/PE) 
Ás 16:30

 A peça conta a história de quatro crianças e um homem cego que vivem na rua, e buscam transformar sua realidade dando espaço e voz aos seus desejos.



* O VARAL DE CASA (ÚLTIMA  APRESENTAÇÃO)

30 de junho ( Sábado)
Coletivo Âmbar
Teatro Joaquim Cardoso
Ás 20:30
R$10.00
Critica no blog: http://palcosecoxias.blogspot.com.br/2011/12/o-varal-de-casa.html



“O Varal de Casa” retrata de forma um tanto “deformada” a vida de uma família na qual as lembranças do passado são trazidas à tona, na busca de uma solução para os problemas do presente. Duas mulheres aparentemente decadentes e um homem marcado pelo tempo compõem essa família e suas conturbadas relações interpessoais. A filha do casal, que sofre com os traumas da infância, incita a mãe a entrar num jogo perigoso de cruel vingança contra o próprio pai. Numa verdadeira “brincadeira” de roleta russa, os personagens deixam que o destino os leve, e que somente ele decida tudo."

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A camisa...

Acordei no meio do frio, no meio da manhã, no meio da cama e... não havia nenhum pedaço de você. Olhei para cama. Um vazio inteiro tomava conta de mim. Mas, para meu alívio, sua camisa ainda estava lá. Passei o dia inteiro vestido com sua camisa. Tirando sua camisa, deixando-a no ombro, no braço. Enfim, sempre próximo a mim na tentativa de ter algo mais do que sua lembrança. Tive medo de fechar os olhos em alguns momentos do dia. Pois tal ato significava que precisava apelar sua presença para a imaginação. No entanto, eu queria sua presença aqui. Viva. Quente. Próxima. Em mim. Por isso, a camisa. Bendita camisa. Era a única forma de te ter perto. E pensar que já brigamos porque você não quis usar a camisa que te dei. Brigamos porque você foi paquerado, elogiado, justamente, quando usava essa camisa. Hoje, ela é a única forma presente-saudade de te ter aqui. Se você voltará hoje à noite? Não sei. Na dúvida dormirei sozinho, no frio, esperando mais do que sua camisa. Esperando que você seja aquele que me cobrirá e me esquentará na noite fria e chuvosa de junho. A camisa? Está aqui do meu lado. Eu sei que você a afastará da cama, para ocupar que ainda é seu!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Misturar temperos... misturar eu e você!

Um sorriso no rosto. Uma música que ressoa no meu coração e é trilha sonora para as minhas ações mais corriqueiras. Um cheiro delicioso sai da cozinha e espalha-se pela casa. Misturar temperos. Misturar comidas. Misturar desejos. Misturar eu e você. Misturar teus sonhos nos meus, teu corpo no meu. Aqui, onde a poesia mistura-se com as cores da comida e com o cheiro e gosto dos nossos sonhos. Você acorda. Vem em minha direção. Um sorriso faceiro me atinge. E me preenche, me aquece, me inebria... Sem graça paro de cantar. Não essa música que você ouve, mas a música que tocava aqui dentro porque eu ouvi você na sua ausência. Agora tenho você na minha frente, tenho você dentro de mim. Agora somos dois. Somos mistura. Somos doce e amargo, somos claro e escuro, somos palavra e silêncio, somos eu e você, comida perfeita. Silenciosa, saborosa. Comida que esconde o segredo de ser boa porque no fundo da panela há muita doação. Doação onde eu me fiz entrega para sorver no teu beijo o melhor sabor. O teu sabor. O nosso sabor. Sabor de amor-entrega!

sábado, 16 de junho de 2012

Hoje tem

Hoje tem  "O Varal da Casa"
16/06/12
Ás 20:30h
Teatro Joaquim Cardozo - Fone: 3227-0657
$20 e $10 meia
Ler Crítica:  http://palcosecoxias.blogspot.com.br/2011/12/o-varal-de-casa.html



                             



Hoje tem "Um rito de mães, rosas e sangue."
16/06/12
Ás 20h
Teatro Arraial - Fone: 3184-3057
$20 e $10 meia
Ler Crítica: http://palcosecoxias.blogspot.com.br/2011/08/um-rito-de-maes-rosas-e-sangue.html





quinta-feira, 14 de junho de 2012

Você ousou sentar mais perto...

Frio. Silêncio. Ouço a chuva batendo na janela, nas folhas lá fora. Cachorros latem. Aqui dentro há um local aquecido. Não é só o quarto que está aquecido, mas meu coração. Sim, esse recôndito secreto, íntimo mudou depois que você chegou. Mudou justamente porque você decidiu sentar mais perto. Mudou porque você decidiu ser mais perto. Mudou porque você ousou decidir-se por mim antes mesmo que assim eu o fizesse. O que faço agora? Eu? Só tenho a agradecer. Agradeço com um abraço. E você me devolve lágrimas. Fico sem entender. O que te fiz? E você me diz: “Nada. Você apenas sentou mais próximo que todos conseguiram sentar. E você enxergou a solidão aqui e veio preencher sendo você. Sendo apenas você e eu.”

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Espetáculo Homens e Caranguejos





Inspirada no romance homônimo de Josué de Casto, permeado de histórias tocantes, cômicas e contundentes, o espetáculo analisa o fenômeno social da miséria e da fome em todas as suas contradições e consequências.

Dois grupos, múltiplas vozes e um tema: a fome. A Cia Duas de Criação, dirigida pela recifense Luciana Lyra em parceria com sua conterrânea Viviane Madu, juntou-se ao Coletivo Cênico Joanas Incendeiam(SP), composto pelas atrizes Beatriz Marsiglia, Camila Andrade, Juliana Mado e Letícia Leonardi, para realizar a montagem do espetáculo inédito Homens e Caranguejos, baseado no único romance do geógrafo pernambucano Josué de Castro, um estudioso de múltiplos saberes que lutou pela construção de uma democracia social no Brasil.

 Escrito em 1966, o romance foi traduzido em várias línguas, e já foi adaptado para o teatro pela francesa Gabriele Cousin em 1969, mas nunca foi encenado e nem outra dramaturgia foi produzida em âmbito nacional, especialmente criando interfaces do texto romanceado com a realidade de comunidades existentes no Brasil contemporâneo, como é o caso desta montagem. Nesta versão teatral de Homens e Caranguejos, com dramaturgia e encenação de Luciana Lyra, a ideia não é a transposição literal do romance, mas a criação de fricções entre o universo criado por Josué e o cotidiano de duas comunidades brasileiras: a Ilha de Deus, em Recife e o Boqueirão, em São Paulo, que foram pesquisadas durante dois anos pelas atrizes-criadoras.

A trama do espetáculo gira em torno de um Menino, que chegou à cidade e aos mangues com seu Pai, fugindo da seca, depois da morte do irmão mais velho. Sua vida se divide entre trabalhar para o Padre, como catador de caranguejos, a vontade de brincar e a amizade com Cosme, um homem sábio que vive no seu mocambo com suas pernas imóveis. Cosme vê a Aldeia dos Demais, comunidade ficcional onde moram, através dos reflexos num pedaço de espelho e o mundo através dos jornais velhos do Menino. É Cosme quem fomenta no Menino certa consciência política e instiga a lutar contra o Rei Dom Agamenon pelo direito às terras da Aldeia. Atravessando o labirinto de mocambos a revolucionar, o Menino brinca com a morte, é o próprio Ícaro a sonhar com dias melhores.

SERVIÇO
Onde: SESC Santo Amaro – Teatro Marco Camarotti
Endereço: Rua Marques do Pombal, s/nº - Santo Amaro / Recife - PE
Telefone: (81) 3216-1713 / 3216-1714 / 3216-1715 sescsantoamaro@sescpe.com.br
Dias 16 e 17 de junho, sábado às 19h e domingo às 17h 
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) R$ 10,00 (meia entrada) - Capacidade: 100 Lugares
Duração: 75 min – Classificação etária: 16 anos

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Sem você...

Sem você... sem você, aqui, tudo fica diferente. A luz perde o brilho. A decisão perde o foco. A cor fica opaca pela sua ausência. Sem você... sei lá... gostaria de ter o poder das palavras, não só para descrever como fico, mas para com elas trazer você de volta... Porque sem você fico frio, sem graça, sem riso, sem desejo... Não sei! Minha cabeça dói. Procuro na caixa de remédios algum alívio. Procuro... procuro... Eu sei que tem algo aqui. Tem algo para aliviar essa dor. Droga! A cabeça não dói por algo sem sentido. Você é a causa da minha dor. Ou melhor, sua ausência é a causa. Descubro nesse momento, você é dor e alegria, você é doença e remédio. E nas caixas de remédio não tem você. Queria tê-lo em doses homeopáticas, em comprimidos, em gotas... Mas preciso de você em tarja preta. Isso! Preciso de uma dose forte do seu carinho, do seu abraço, do seu cheiro... Por que você partiu? De quem foi a culpa mesmo? Quando foi que você começou a escapar de mim, como a areia que escorre de nossas mãos? Dentro de mim, ainda há uma certeza. Ou, ao menos, eu quero acreditar nisto: você voltará. Você não vem agora. Agora, não. Depois, sim. Esperando? Sim. Mas... no meu caso quem espera muito, alcança outra margem do rio. Ou até mesmo outro rio para navegar.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Cinema - nova temporada

Querido diário, São 23h e eu só penso em escrever aqui, tudo o que vi e vivi nesta noite. Acabei de ver a peça Cinema. Você se lembra que eu já tinha visto essa peça em Janeiro/2012 quando tudo ainda estava no processo de criação? E lembra-se como fiquei encantado com a peça? Pois bem, hoje, fiquei com raiva dos atores e do diretor, Anderson Aníbal. (Aqui é meu diário, posso escrever, né?) Sim, fiquei com raiva porque eles conseguiram fazer a peça melhor do que antes. Como eles conseguiram melhorar algo que já estava bom? Pronto, lascou! Agora a peça Cinema está melhor ainda. E quem já viu, tem a obrigação de rever e constatar tal verdade. Mas, vamos lá, tenho mais sentimentos a externar. Elizângela... Elisângela... queria eu que o meu maior problema fosse a questão ortográfica se meu nome é com S ou Z. Essa menina é fantástica! É a personagem, na minha opinião, que poderia aparentar maior tristeza, maior vazio. No entanto, ela descobriu o segredo de tudo. Por sofrer da memória, em um mundo em que somos obrigados a saber tudo, ser bom em tudo, Elisângela descobre que a verdadeira felicidade é esquecer. É viver o hoje! O agora! E na dor de viver seu esquecimento essa menina passa uma vivacidade, uma alegria, um comprometimento com os atores, com a cena, com o público que dá vontade de você sair da platéia e dizer: “Pelo amor de Deus, não lembre, não lembre. Fique assim. E me ensine a ser feliz com aquilo que necessariamente deve me bastar”. As cenas delas são um misto de fraqueza-fortaleza, dor-amor, leveza-profundidade. E a cena dela com o Bernardo deixaria Shakespeare com raiva de Anderson Aníbal e, Romeu e Julieta rancorosos de inveja. Ivan... Ivan... sua simplicidade dói. Isso mesmo! Dói por revelar a profundidade do humano. Acredito que Nietzsche aplaudiria você de pé, assim como eu o fiz. O que eu faria se tivesse 5 segundos? Interessante perceber como esse personagem de 5 segundos nos remete a problemática do tempo, do que fazemos com o tempo. E mais uma vez, como na outra crítica, cito Zygmunt Bauman, em Tempo Líquido. Obrigado Ivan por nos mostrar quão líquidas são nossas relações, como precisamos conversar mais com os “julitos” de nossas histórias. Obrigado Ivan por reconciliar nossa relação com o tempo e nos mostrar que 5 segundos bem vividos valem uma eternidade. Alguém percebeu que esse menino exala emoção num grau e numa exatidão sem igual? Meu Deus! Regina... Regina... você chegou agora (ao menos, a atriz Sofia Abreu não estava na primeira montagem que vi), no entanto, ela tem uma expressão...UAU! As marcações e colocações da história da perna amputada, foram sutis, sensíveis sem perder a realidade nem precisar ser trágico. E essa menina... desculpe-me, essa mulher revelava toda sua força na sua expressão e nas suas unhas vermelho-carmim. Sim, as unhas fortes, marcantes faziam contraponto com a dor, a leveza, a ingenuidade outrora apresentada pela personagem. Orlando... Orlando... não posso mais dizer que era só um rosto bonito na peça. Já disse para ele quão surpreso fiquei na primeira vez em que o vi em cena. Porém, dessa vez vi um menino crescendo, vi um menino-homem no palco. É sério! Tem horas que você quer cuidar de Orlando, cuidar da dor dele. Interessante ele ser um enfermeiro que cuida dos outros, dos doentes. Mas ele é tão doente, tão frágil e, certamente outro segredo, por isso consegue cuidar, ser forte. (Ai, que minha raiva por esse Aníbal só cresce). Para mim, ressalto a dor vivida por Orlando ao recolher os colchões já no final da peça como uma cena ímpar. Colchões? Não. Ele recolhia os pacientes, as mortes, as dores tantas vezes vividas pelos pacientes dele. E também as dores dele mesmo! Bernardo... Bernardo... alguém já te disse que você é a Fernanda Montenegro de calças? Meu Deus! Como alguém consegue passear pelo cômico, pela tragédia, pela alegre-leveza, pela profunda-dor... como alguém consegue ser tão inteiro no palco como você? Mais uma vez, deu vontade de sair da plateia e tocar em ti: “és real?”, “és meu irmão?" Sim, porque parece tão real que chegamos a pensar se não é a dor que assola um parente próximo, um conhecido, alguém com quem convivo, aqui, do meu lado. Sem falar a vontade que dá em tirar meu coração e te dar. E dizer: “Viva, menino-homem. Viva ingenuidade sofrida, amedrontada! Viva, aquele que tem muito a nos ensinar.” O mais novo dos personagens, mas ouso dizer que o maior de todos. A cena dos colchões justapostos, e Bernardo em baixo dele, foi uma das mais belas. Sim, os colchões formavam um coração. Percebeu? E justamente Bernardo ali, embaixo, sufocado por um coração (o seu, o coração que chegaria, e o coração-colchão). O cenário, a iluminação estavam perfeitos. Muito simples e, ouso dizer que, a primeira lembrança que me veio a cabeça foi Dogville de Lars Von Trier em que o cenário eleva-se à categoria de personagem e contracena com os outros. Ainda bem que viemos aqui para conversar, ne? Estamos aqui para conversar, ne? Não estamos? Então, sugiro. Vá ver Cinema. Porém, vá preparado para um diálogo profundo, silencioso, intrigante que você fará com consigo mesmo, com sua história, com os personagens. E permita-se conversar com a pessoa do lado (depois da peça, lógico) sobre o que você faria se tivesse 5 segundos. Ah, e não esqueça de atentar para a metáfora do coração transplantado. Essa cena é linda e parece durar mais do que 5 segundos... Querido diário, preciso dormir. Pois tenho muitas pessoas para conversar em 5 segundos de eternidade a partir de amanhã. Cinema Texto e direção: Anderson Aníbal Com Brunno de Lavor, Daniel Barros, Elilson Duarte, Hermínia Mendes, Jorge Féo, Paulina Albuquerque e Sofia Abreu e mais: Bárbara Ferraz, Pepê e Peu Queiroga De 23 de maio a 03 de junho de 2012, de Qua a Dom às 20h30 Teatro Hermilo Borba Filho. R$ 20,00 (inteira) R$ 10,00 (meia entrada) Quartas e Quintas Preço Promocional R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia entrada)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Naquele dia eu soube porque o amava tanto.

Bolo de chocolate com cobertura de prestígio. Uma coca-cola super gelada. Uma tarde de verão quente. Um sol dizendo “goodbye” bem aqui do lado. E, a minha frente, uma saudade de alguém que está longe. Longe a trabalho. Mas perto, bastante perto. Porque se tem uma coisa que o amor teima em entender é a questão circunstancial de tempo e distância. Pessoas passam por mim. Sorrisos me miram. Olhares sorriem para mim. Eu sorrio. Mas não como retribuição. É um sorriso meigo, tímido e que me traz uma certeza: nenhum desses sorrisos é comparável ao seu. Nenhum desses sorrisos me acordou numa noite de chuva ou num domingo de manhã. Nenhum desses sorrisos me fala mais do que o seu. Então, recordo-me do nosso primeiro encontro, segundo encontro, terceiro... Meu sorriso aumenta. Começo a ficar sem graça, pois devem achar que sou louco por estar sorrindo sozinho nesse bistrô. No entanto, uma lembrança me toma: estávamos no supermercado. Chovia muito. Eu estava gripado. Você pediu para eu ir logo para o carro. Um cuidado que só você sabe ter por mim. (E que só eu insisto em não aceitar – risos tímidos). Porém, antes disso, tinha ficado chateado porque você olhou para um rapaz na fila do caixa. Fiz um charme, um drama. Você não entendeu. Eu entendia e não gostava. Fiquei no carro. Sozinho. Esperando você chegar com as compras. Fechei meus olhos. Tentei pensar em outra coisa. Meditar, sei lá. Quando abri os olhos, vi você no estacionamento, molhado, com sacolas na mão. Seu sorriso irradiava como um sol diante de tamanha chuva. Você esperava pacientemente eu abrir os olhos. Não queria me interromper, pois sabia que uma terceira guerra mundial poderia acontecer. Você entrou no carro. Sorrio de toda aquela situação. Olhou nos meu olhos e me disse: “Posso achar outro homem bonito. Sim, existem outros bonitos. Solteiros. Casados. Infiéis. Mas o homem que escolhi para estar ao meu lado nos dias de chuva, de sol, de supermercado, de alegria, de mau humor... é você. É você quem eu quero do meu lado. E isso é tudo para mim. Quer você acredite ou não. Mas se você acreditar será bem melhor para nós dois. Caso não acredite, será melhor para mim. Pois ficarei com a melhor parte do desafio: mostrar a você como nós dois podemos dar certo”. Naquele dia eu soube porque o amava tanto.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Esporte Radical

Vento. Sol. Calor. Carro em movimento. Sensação de alegria e de liberdade. Cabelos ao vento. Estou em plena avenida dirigindo como se estivesse num filme de Almodóvar. Estou com vontade de fazer um esporte radical. Para sentir essa liberdade, sentir esse frio na barriga, essa alegria que é um misto de medo, de euforia. Essa sensação de consciência do meu corpo, bem como uma sensação de pertença do mundo. Não dá como não rir numa hora dessas. Lembrei-me que por ter medo de ousar, de encarar o novo, de sair dos meus valores, dos meus “portões”, você foi o único esporte radical que eu vivi! Ainda me recordo que no começo eram muitas as dúvidas. Você chegou calado, sorrateiro. Mas ao mesmo tempo, chegou bagunçando. Revirando minhas opiniões, meus valores. Revirando meu mundo. Mundo tão certo, tão perfeito. Tudo tão encaixado. Tão... Tão... Tão sem vida! Aí você chega e me tira o ar com seu beijo, me tira o chão com seu desejo. Todo mundo percebia, menos eu: eu já estava apaixonado. E por isso, já estava mudando. Deixando de ser eu para ser você. Sem saber, era bem ali que eu começava a morrer. Morrer para mim e viver para ti. Uma morte sem dor, ao menos naquele momento. Porque, hoje, insisto em sair dessa UTI em que se encontram meus sentimentos. Será que tudo isso não foi um amor platônico? Também não sei me dar essa resposta, mas sei que amor platônico é dói, mas é bom. E deve ser vivido e sorvido até o finalzinho... Trecho do livro LEIA-ME de Luiz Carlos Filho!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Pêssego com leite condensado

Vontade de comer pêssego com leite condensado e calda de morango. Uma manhã ensolarada, feriado e eu aqui com esses desejos loucos. Loucos? Desejo muito normal. Louco é o desejo de te ver. Louco é ver a cor dos teus olhos em todo verde que vejo. Louco é sentir o gosto do teu beijo em cada sobremesa que provo. Louco é viver a segunda-feira como se fosse a quarta-feira somente pela simples alegria de estar mais próximo o fim de semana. Louco é ficar quando todos vão embora. Mas fico porque a espera é uma agridoce comida para os apaixonados. Sim, você me ensinou a esperar. E agora que você se foi, insisto esperar sua volta. Levanto. Procuro meu mp4. Afinal de contas, preciso escutar uma música. Uma música que não me lembre você. Porque todas as músicas falam de ti. E falam de nossas promessas de amores feitas ao meio-dia e cumpridas no calor da noite. Na bagunça da mesa, encontro o mp4 e encontro você. Sim, uma foto sua. Sorrindo. Nossa foto preferida. Foto que revela o motivo da nossa escolha. Escolhemos um ao outro, porque não há espaço para outra escolha quando se ama. Loucura é você não estar aqui para enxugar essa lágrima que insiste em cair no meu rosto. Parece-me que vai chover. Ledo engano. São apenas multiplicações de lágrimas chamadas saudades. Lágrimas entoadas pela música da saudade. Saudade que me faz querer ser louco e te chamar de volta para minha casa, meu quarto, meu mundo, meu eu.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Agenda

Maio é o mês do PALCO GIRATÓRIO!


*EU VIM DA ILHA

 Cia de dança Sesc Petrolina (Pe)
19h30
04/05/12 (Sexta-feira)
Teatro Barreto Júnior
Gratuito







*UM PRINCIPE CHAMADO EXUPÉRY


Cia Mútua (SC)
19h
05 e 06/05 (Sábado e Domingo)
Teatro Hermilo Borba Filho
R$12 (Inteira) // R$6 (Meia)








 
*ESCAPADA





Cia Mário Nascimento (MG)
21h
05/05 (Sábado)
Teatro Barreto Júnior
R$12 (Inteira) // R$ 6 (Meia)
  

* DAAK ROOM


Cia. ETC. (PE)
22h
05/05 ( Sábado)
Casa Mecane
R$12 (Inteira) // R$ 6 (Meia)
Classificação: 18 anos






*FALADORES
 


Cia Mário Nasciemnto (MG)
20h
06/06 (Domingo)
Teatro Barreto Júnior
R$12 (Inteira) // R$ 6 (Meia)


 
* O VARAL DE CASA







Coletivo Ambar
2° Temporada
20:30hs
04 e 05/05 (Sexta e Sábado)
Teatro Joaquim Cardozo
R$20 (Inteira) // R$10 (Meia)











*LEVE



Coletivo Lugar Comum
Última apresentação
19h
04/05 (Sexta-feira)
Teatro Hermilo Borba Filho
R$5 ( Preço único)
Com intrepetação de Libras e audiodiscrição.

 
*ENCONTRO OPOSTO - Três Movimentos em um ato


Incentivo Funcultura
Direção e Coreografia: Ivaldo Mendonça
20:30hs
Teatro Apolo
R$10 (Inteira) // R$5 (Meia)








quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sorriso de quem come doce de goiaba da vovó...

Hoje, 2 anos e meio que estamos juntos. E eu ainda perguntando-me: Como você chegou? Como me deixei cair apaixonado assim? Lembro com doces lágrimas nos olhos e um sorriso gostoso (sorriso de quem come doce de goiaba da vovó e se lambuza) que você chegou num dia de chuva. Mal sabia eu que você seria esse sol de amor a iluminar bem aqui dentro de uma forma ímpar. Eu estava chato, seco, amargurado. Tinha saído de um relacionamento doentio, uma dependência afetiva enorme. Não queria me envolver com mais ninguém. Mas quando vi você sorrindo, com seus óculos de grau tão charmosos, tão ar de intelectual, seus cabelos cacheados como cabelos de anjos de literatura... confesso que vacilei, tremi! Você olhou para mim. Sorrio. Fiquei sem graça. Achei que era com todos, menos comigo. Você persistiu no sorriso. Fiquei com medo. Disse para mim que não era tempo para abrir a outra pessoa. Desejei que você sumisse. Até que seus amigos passaram por perto de mim. Você teria que passar ali. Para piorar, você decorou meu nome. Maldita hora em que o professor de Semântica elogiou meu trabalho na frente de todos. Você chegou perto. Sorrio. Tocou no meu braço. Disse meu nome. Nervoso. Ansioso... sei lá que doidice me deu. Comecei a falar, falar... e disse: “olha, nem vem, tá! Não quero ninguém. Não quero me envolver, não quero me apaixonar, não quero dar esperanças para o meu coração tão sofrido e que, hoje, tenta se restabelecer. Coração que tenta se erguer, tenta se encontrar e parece que só faz chorar e sangrar”. E você sorri. Um sorriso ingênuo e ao mesmo tempo malandro. Um sorriso de menino-homem. Um sorriso encantador. Um sorriso silêncio-palavra. Um sorriso conquistador. (Ai, tenho tanta raiva desse seu sorriso, porque diante dele fico sem palavras! – risos tímidos). Olhou para mim e disse: “Não estou aqui para te pedir em casamento, nem tão pouco para te pedir em namoro. Estou aqui porque faz tempo que te observo, te admiro, te venero. Não quero magoar você. Sei de sua história, de suas dores. Suas amigas me contaram. Quero apenas te amar de outra forma. Quero ter a chance de te amar do lado de dentro. Do lado de dentro do coração. Onde ninguém ainda foi e onde sei que você precisa disso. Porque olhar para você é ter a certeza de que: amar é mais do que curar as feridas. Amar é cuidar o campo antes que essas feridas surjam. E mesmo lá, se elas surgirem, eu quero ser o médico de suas feridas da alma nas noites frias”.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Agenda


"O Teatro é a poesia que sai do livro e se faz humana."
Federico García Lorca




"Leve"
 
Teatro Hermilo Borba Filho
Grupo Coletivo Lugar Comum
Espetáculo com audiodescrição e intérprete de libreas.
R$ 5,00( Preço único)
19h
27 e 28/04 (Sexta e Sábado)
"Leve é uma apresentação de dança que traz um cenário e figurino muito íntimos. Fala das perdas,da saudade,da morte,da angústia,de impotência, que todo mundo se confronta."



"PÁSSAROS DOS SONHOS"


Sesc Santo Amaro - Teatro Marco Camarotti
Coletivo Domínio Público
R$ 10,00 (inteira), R$5,00 ( meia)
10h30
29/04 ( última apresentação)
"O espetáculo fala da existência dos pássaros dos sonhos, que são mensageiros que trazem histórias e bons sonhos. A apresentação conta também a história de Nina que não quer mais dormir por estar com medo de pesadelos."



"VALSA N° 6''




Teatro Arraial
27 e 28/04 ( Sexta e Sábado)
20h
R$20,00( inteira ) R$10,00( meia)
"O espetáculo conta a história de Sônia, adolescente de 15 anos que foi apunhalada pelas costas. Ela, vagueia entre a lucidez e a loucura, revisitando seu próprio inconsciente, perseguindo a si mesma, refazendo toda a sua caminhada até o momento que sofre o atentado."


"CAXUXA"






Teatro Barreto Júnior
28 e 29/04 ( Sábado e Domingo)
16h30
R$20.00 (inteira) R$10.00(meia)
"Destinada a crianças e adultos, a peça é um musical que ressalta a importância de sonhar."

         

" OS EMBROMATION"




Teatro Barreto Júnior
27/04 ( Sexta-Feira)
Última apresentação
20h
R$20.00( inteira) R$10.00(meia)
"É um espetáculo de humor fundamentado nos jogos de improviso teatral."




"TUDO JUNTO E MISTURADO"




Teatro Barreto Júnior
28/04 ( Sexta- Feira)
Única apresentação
20h
R$30.00(inteira) R$15.00(meia)
"O projeto é uma ótima chance de ver em um só show, os principais humoristas da cidade."




"TIMELINE"






Teatro Barreto Junior
29/04 ( Domingo)
20h
R$20.00(inteira) R$10.00(meia)
"O espetáculo traz Bruno Romano em um momento de autoflagelação humorítica, ou seja,ele tira onda dele mesmo. Para quem gosta de teatro e comédia, uma boa pedida."





quinta-feira, 26 de abril de 2012

Como é belo ver o mundo...

Li em algum lugar, em algum tempo atrás que deveríamos tomar cuidado com os pedidos feito aos céus, porque ele poderia atender nossos desejos. Recordo-me, nesse instante, como eu estava antes de você chegar. Frio, calculista, sem saber lidar comigo mesmo, com meu corpo. Fechado em copas. Lembro: eu te vi sorrindo como um bobo, simplesmente, por causa de um tropeção no meio do pátio da faculdade. Pensei logo, “idiota!”. No entanto, você foi me conquistando justamente com esse jeito leve, simples, sorridente, decidido e, posso dizer, um “jeito idiota de ser” (risos tímidos). Hoje, com você ao meu lado percebo, realmente, tudo tem o seu tempo e seu lugar. E você entrou em minha vida para dizer: chegou o meu tempo de ser feliz. Pois em ti aprendi a amar, apesar do meu coração ser teimoso. Nos seus braços, quantas e quantas vezes, meus sentidos foram acalmados e meus pensamentos mais doídos foram aliviados, pelo simples fato, de serem os seus braços – e não de outro qualquer. Braços que foram uma fortaleza para mim, muitas vezes, em que me protegi das pedras, das palavras lançadas contra mim, contra meu desejo, contra minha história. E devagar, em ti fui restabelecendo o que havia de mais escondido em mim. Porque seu amor me fez ir além, fez-me capaz de enxergar algo que todos viam menos eu: a esperança de recomeçar. Recomeçar, justamente, enquanto todos diziam ser o tempo de parar pelo medo de errar, de prosseguir errando. Confesso, às vezes, procuro sua mão, à noite, só para apertá-la e saber que não estou só. Ter certeza de que isso não é um sonho. E o que mais me impressiona em ti é essa sua paciência em esperar os meus passos que são tão lentos, tão diferente dos teus passos, mas mesmo assim tu me esperas com um olhar de acolhimento sem igual. Olhando para ti, percebo como é bonito ver o pôr-do-sol daqui. Mas você me pergunta: “como você está vendo se a janela está fechada e se é noite?”. “Ah, é porque você não compreende como é belo ver o mundo através do sorriso de quem nos ama.”

domingo, 22 de abril de 2012

Pássaros dos sonhos

Como ajudar as crianças a lidar com pesadelos? Como falar com eles sobre o tema da morte? Como professor e educador, indico o caminho da arte. Como psicólogo, indico o caminho da arte. Como amante da filosofia e de Nietzsche, indico o caminho da arte. Como professor, educador, psicólogo, amante da filosofia... como Luiz... como uma parte disso tudo e tudo isso ao mesmo tempo, indico a peça teatral infantil: “Pássaros dos Sonhos.” Sim, isso mesmo! Indico essa peça como uma das peças mais harmoniosas e leves que já vi. O texto tem uma suma riqueza. A iluminação simples, mas criativa (e por que não dizer lúdica também?). O cenário simples e mágico. Com construções e desconstruções que facilitam o “brincar” dos atores em cena. Digo “brincar” porque a harmonia, a energia entre eles não é de quem trabalha, de quem faz teatro. É uma energia de quem brinca. Energia própria de quem entrou e entendeu o universo lúdico da criança e, por isso, de lá (de dentro do universo infantil) pode falar de assuntos difíceis para a criança entender e viver, e também, difíceis para os adultos explicarem. A peça versa sobre pesadelos, sobre perda e sobre morte. Não se preocupe adulto. A peça é infantil, mas se fores levar seu filho, sobrinho, neto, vizinho e tiveres um coração aberto, tiveres, minimamente, um coração “de criança” sairás da peça tão tocado, tão mais leve quanto as próprias crianças. (E, aqui, refiro-me às crianças enquanto plateia, bem como as crianças enquanto os atores-crianças). Esclarecendo melhor: os atores são todos adultos. No entanto, eles souberam tão bem sorver o universo infantil que parecem nos confundir com as crianças-plateia que sentem próximo ao palco. É bem verdade que já ouvi falar muito de um dos diretores da peça: Rodrigo Cunha. Mas ver uma peça produzida por ele, senti-me feliz por poder contemplar a arte e o artista em um momento único. Sem esquecer que no final da peça, percebi que o diretor também sorveu a alegria do mundo mágico infantil. Ele sorria, como uma criança que vê um algodão doce, ao olhar e apresentar os seus atores. Nietzsche estava certo ao dizer que “temos a arte para não morrer da verdade”. Parafraseando, meu querido filósofo ouso dizer, nós, recifenses, pernambucanos, temos “Pássaros dos Sonhos” para não morrermos sem a beleza da poesia em forma de arte e revestida de um cheiro doce de cuidado. Por isso, convido você a ver a peça que terá no próximo domingo sua última apresentação. Local: Sesc Santo Amaro – Teatro Marco Camarotti Dia e horário: Domingo (29/04), às 10h30 Ingressos: RS 10,00 (inteira), RS 5,00 (meia) Direção: Analice Croccia e Rodrigo Cunha Elenco: Alexandre Peixoto, Amanda Pegado, Geraldo Monteiro, Ludmila Pessoa, Marília Linhares e Stela Lopes. Ah, eu já ia esquecendo: quando terminares de ler esse texto, não esqueças de suspirar. Um suspiro longo e gostoso. “Porque toda aventura começa com um suspiro depois daquele sonho bom...”.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Eu te cuido!

Há muito tempo, Amor andava livremente no meio de nós. Livre, belo, feliz... Não tinha morada certa. Nem tão pouco companheiro fixo. Sua arte era doação. Porém, alguns sentimentos começaram a não gostar do Amor (coisa estranha, né?). Sendo assim, a Inveja, o Ciúme e o Apego se reuniram e armaram um plano: falar mal do Amor para todos. De repente, todos começaram a culpar, maltratar e perseguir o Amor. Então, o Amor que era objeto de todos, precisou escolher um companheiro para si. Seria uma espécie de disfarce. Dessa forma, o Amor escolheu o cuidado para se unir e nele se transformar. Hoje, se você cuidou e foi cuidado, saiba, então, que você amou e foi amado. E pode compreender, profundamente, a expressão: “Ei, eu te cuido”.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Agenda!

"Ir ao teatro é como ir á vida sem nos comprometer."
Carlos Drummond de Andrade



* CARÍCIAS


Carícias propõe uma viagem através dos relacionamentos do homem urbano contemporâneo ao revelar situações limites das relações afetivas e comunicação humana.

Horário - Sextas-feira e sábado (13 e 14/04), às 20h. Domingos(15/04), às 17h e 20h
Teatro Hermilo Borba Filho
Ingressos - R$ 16 e R$ 8 (meia)
Contato - 3355.3321



*KATIA CONTA E CANTA O QUE FREUD EXPLICA

Monólogo revela os 40 anos de experiência em escuta clinica da psicanalista e atriz Kátia Aragão. Sua bagagem profissional é transportada para o universo artístico por meio de 12 casos de divã. A cada história contada, Kátia canta uma música e faz reflexões inspiradas no pai da psicanálise.

Horário - Sexta (13/04) e sábado (14/04), às 20h30
Teatro Boa Vista
Ingressos - R$ 40 e R$ 20 (meia)

Contato - 2129.5961



*HIPERATIVO


À frente do programa de maior audiência do Multishow (o 220 Volts), o humorista Paulo Gustavo vem ao Recife com seu stand up comedy Hiperativo, no qual faz assuntos do dia a dia virarem piada.

Horário - Dia 14 de abril (sábado), às 21h
Teatro da UFPE - Av. dos Reitores, s/n, Cidade Universitária, Recife
Ingressos - Plateia: R$ 70 e R$ 35 (meia). Balcão: R$ 60 e R$ 30 (meia). À venda nas lojas Esposende dos shoppings Recife e Tacaruna, na bilheteria do teatro.
Contato - 3207.5757



*CAXUXA

A história é maneira: um grupo de amigos, formado por quatro meninas e um homem cego, vive na rua. E divide os sonhos como viajar num foguete. É um espetáculo bem poético, com músicas bonitas, que já foi premiado no Janeiro de Grandes Espetáculos. Vale a pena conferir.

Horário - Sábados e domingos (14 e 15/04), às 16h30
Teatro Barreto Júnior

Ingressos - R$ 20 e R$ 10 (meia).
Contato - 3355.6398



* OS TRêS PORQUINHOS

No musical os porquinhos Prático, Cícera e Heitor se aventuram em uma floresta fugindo do Lobo Mau.

Horário - Domingos (15/04), às 16h30
Teatro Arraial
Ingressos - R$ 20 e R$ 10 (meia)
Contato - 3088.6650



* TEMPO FRAGMENTO



O público poderá assistir à perfomance marcada pela comunicação de três corpos que constróem cenas distintas no palco.

Horário - Domingo (15/04), ás 17h
Teatro Marco Camarotti - SESC Santo Amaro.
Entrada Franca

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Dia cheio...

Sabe aqueles dias em que você não deveria ter levantado da cama? Pois bem, parece-me que foi hoje. Dia cheio. Manhã chuvosa. O trânsito já é ruim e em dia de chuva então!... No trabalho, tento ver minha mesa. Sim, porque há tantos papéis, pastas, processos que mal enxergo o computador. Sem falar nas piadas que ouvi por conta da minha camisa listrada. “Ei, zebrinha!” “Tudo bem, lá no presídio?” “Oi, canudo de gigante!”. Mas tudo bem, tudo bem... Ainda faltava voltar para casa. Pegar o metrô lotado. (Não sei se o pior é ir em pé e todo aquele empurra-empurra, ou sentado e o povo caindo sobre você!). E você? Você!!! Uma ligação não me deu. Custava ligar para dizer que ontem à noite foi bom? Custava ligar para dizer “bom dia”? Não estou pedindo em casamento. Sendo que não queria me sentir como uma laranja que a pessoa vem, pega e depois do sumo, joga o bagaço fora. Aff, sensação horrível essa. Sensação de descartável. Pronto, assumo. Autoestima no andar subsolo da Terra. Humor e paciência foram despejados desse corpinho. Raiva, muita raiva. Raiva de mim. Raiva de você. Raiva de nós. Ao chegar em casa, vejo o seu carro. Tomo um susto. E me preparo para soltar o discurso de raiva e dor mais forte do que uma arma letal. Você me vê. Desce do carro com um cachorro de pelúcia. (Cachorro que achei lindo ao ver na loja a semana passada.) Tento falar sem perder o foco. Começo a derramar toda raiva e todo peso de um dia cheio, confuso. Começo a suar, começo a chorar. Perco o controle das emoções. Você me ouve atentamente, pacientemente. Ao terminar, você me abraça. Acalma-me. Olha bem nos meus olhos, enxuga minhas lágrimas com um beijo doce nos olhos e diz: “Também tive um dia horrível. Sei como deve ter sido difícil para você achar que não te liguei porque esqueci de ti. Pensei em você e como você poderia estar mal por conta disso. Mas como poderia esquecer de quem me fez entender que amar não é preciso estar perto, basta apenas ser alvo de cuidado, de uma delicadeza chamada: você!” Te amo, amor! Eu to aqui, pode chorar aqui,porque ouço sua dor no silêncio no fim desse dia feio, porém no início de uma noite linda. Uma noite nossa!”

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Retrato.

Pesqueira - PE

Santuário Nossa Senhora das Graças - Pesqueira - PE



Estação Cruzeiro - Pesqueira - PE