sábado, 26 de novembro de 2011

O Jardim - Cia. Hiato

Foto: Deyse Leitão
Lágrimas...emoção...introspecção... esses foram os sentimentos que eu senti e que poderiam ser facilmente percebidos pelo público que se encantava pela espetacular apresentação de O Jardim.

De forma intimista, o espetáculo recebeu a plateia no palco, que com capacidade para 120 pessoas, acolheu-nas naquele universo onde as lembranças, a despedida, a memória nos contagiavam de forma sublime.

A dinâmica e rítimo da apresentação é impressionante! 

Três histórias acontecem ao mesmo tempo no palco, sendo o espaço dividido pelas caixas de papelão que nos faz lembrar de mudança- e junto com ela, o passado, as histórias, lembranças- e a sequência dessas histórias vai depender do lugar onde o espectador escolheu para sentar.

Foto: Deyse Leitão
Eu assisti a partir da história de um senhor (que depois compreenderei que é Thiago), que tem Alzheimer, e suas duas filhas que estão prestes a internar o pai num asilo. Uma das irmãs, é atriz e foi embora de casa em busca do seu sonho, a outra, que vai ser mãe solteira, ficou cuidando do pai. No decorrer da trama, as duas vão lembrando da história do pai, da infância, vendo fotografias, cantando as canções antigas...

A segunda história que vi foi a de Aline, a neta de Thiago, que teve a casa da família tomada por uma ação de usucapião, que tem como sua única companheira, Rebeca, uma jovem que trabalha para ela, desde os 7 anos de idade. Num diálogo onde as duas, tendo nas suas memórias as mesmas lembranças, tentam preservar a história da família de Aline.

Foto: Deyse Leitão
A última sequencia que eu assisti, foi a do casal Fernanda e Thiago (quando era jovem), que estão prestes a se separar, vivendo todas as dores e fases de um rompimento: mágoas, medo, insegurança, recaídas, e mais uma vez as lembranças da história de amor, que ainda pesa na decisão a ser tomada.

Foto: Deyse Leitão
Ao final, percebemos que aquelas sequencias se comunicam e entrelaçam, representando as lembranças daquele homem que fora acometido pela traiçoeira doença, o Alzheimer. E que em forma de flashes vão construindo uma história de vida marcada pelo amor, pelo conflito, esperança e intensidade.

Enfim, O Jardim é uma peça intensa, profunda, maravilhosa e imperdível ,que arrancou lágrimas e soluços de choro da maioria da plateia Recifense.

De longe, foi o melhor espetáculo do festival que eu assisti até agora! 

Evoé

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