quarta-feira, 30 de novembro de 2011
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Paloma para matar - uma comédia musical onde a platéia escolhe o final
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que esse tipo de peça não é das minhas preferidas. Mas ainda bem que não sou chamado a ficar preso a só uma visão do mundo. Sendo assim, fui aberto a aprender, encontrar coisas novas nesse espetáculo. Ao adentrar no teatro, o público (e eu também!) é recebido pelas cortinas do palco abertas, cenário montado e frases do boas-vindas e um som ambiente. Som esse que remetia a boate. Aparentemente, tudo reforçava uma cultural gay e trash.
A peça, enfim, começa. Demoro um pouco a dar as primeiras risadas. Mesmo todo o restante da platéia já está fazendo isso. Algumas piadas e performances me cheiram a lugar comum. No entanto, o brilho da peça ganha outra cor com a atuação de 3 atores: Filipe Endrio (neste dia substituiu o Reyson Santos no papel da Jurema), Cristiano Cândido (fazendo o Gabriel) e Reinaldo Patrício (Natasha). Antes da peça começar, já sabia da substituição de alguns atores devido a imprevistos quanto à saúde e quanto a outros trabalhos do elenco. Então, ver a participação de Filipe Endrio chamou-me mais minha atenção. Ele teve um feeling muito bom com o elenco. Acredito que ele fez algumas improvisações e ficaram muito boas. Realmente, antes da peça, não daria para perceber que ele não fazia parte do elenco. Muito boa escolha. Bom profissional ele! O Cristiano Cândido me surpreendeu por apresentar não só um rosto bonito e de galã da peça. Mas ele tem um trabalho muito bom de postura, de voz e de corpo. Por fim, Reinaldo Patrício também foi uma surpresa para mim. O trabalho de corpo dele é incrível. E pareceu-me um ator rico às improvisações, ao feeling do que estava acontecendo no palco. Bem, Paloma para matar é uma comédia que satiriza e homenageia o mundo das divas pop. É uma peça muito boa para rir. Sim, há dias que não queremos ver uma peça de Shakespeare, ou não queremos refletir horrores. Mas queremos distrair, esquecer os problemas e rir. Para quem deseja isso, vale a pena conferir essa peça. Ah, e para quem estava curioso, eu rir muito, viu! Outro ponto interessante é que a peça ficou em cartaz durante dois anos e foi a primeira peça em Pernambuco a trazer essa interação do público escolher o final. Pois a peça tem 3 finais. Onde em um dado momento, o público é consultado. Boa sacada, essa interação. Alguns lembretes importantes:
A temporada da peça deste ano terminou. No entanto, há planos para retornar após o carnaval.
A peça é da Cia. Hórus visão cênica. Essa companhia promete uma nova peça no próximo ano. Em paralelo com Paloma para matar. Ou seja, Paloma não morrerá (risos).
O texto de Paloma para matar é de Luciano Costa. E a direção é de Lano de Lins. Termino por aqui agradecendo o convite do ator Reinaldo Patrício de convidar o blog Entre palco e coxias, na minha pessoa, para ver a peça. E aguardando as surpresas dessa Companhia e mais risadas para 2012.
Texto escrito por Luiz Carlos Filho
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Diário de bordo
domingo, 27 de novembro de 2011
Luis Antonio - Gabriela - Cia. Mungunzá de Teatro (SP)
Chego a minha casa e permaneço em silêncio. Não quero ligar a TV ou ouvir música. Quero deixar o silêncio ajudar o acesso a tantos sentimentos, tantas reflexões de uma peça tão densa, tão poética, tão forte: Luiz Antônio – Gabriela.
Ao adentrar no teatro, vejo os atores e músicos fazendo os exercícios de aquecimento vocal na nossa frente (o que gosto muito) e traz uma interação com o público muito legal. Além de nos inserir na cena artística. O cenário já chama atenção pela idéia de desconstrução. Ou seja, nada daquele cenário muito certinho, medido. No entanto, deparo-me com um cenário muito rico, cheio de informações e que dialogam com os atores, com a história e com o público o tempo todo. Em especial, o artista plástico que desenhou durante o espetáculo em cena um corpo de “uma mulher”. Remetendo-nos ao personagem central da trama. Ademais, acrescento que foi muito bem usado o recurso das imagens na tela de projeção, na TV. Algumas cenas foram filmadas antes e outras eram filmadas, ali, pelos próprios autores. Levando-nos a um misto de teatro e cinema. Ou seria, um novo caminho do teatro onde as diversas linguagens artísticas se dialogam?
A história conta a vida de Luiz Antônio, filho mais velho de cinco irmãos. A peça é contada e dirigida pelo irmão, na vida real, de Luiz Antônio. A peça ganha destaque por diversos momentos poéticos e densos. A cena da surra do filho, pelo pai ao som de música e a sonoplastia (da referida surra) através de sacos plásticos foi uma brilhante sacada da direção. Muito belo também foi a cena das bexigas com o nome das pessoas que eram caras a Luiz Antonio: mãe, eu, vida, nascer. Nomes esses que também revelavam o teor da crise existencial vivida por Luiz Antonio. Crise que também apareceu – abertamente – nos cartazes que o personagem mostrava: “eu nasci no corpo errado”. A história traz um pouco de história do Brasil, não só ao retratar o âmbito político-social vivido pelos personagens, bem como ao mostrar que naquele tempo não haveria outra possibilidade de viver a homossexualidade a não ser sendo “travesti”. Isso já nos leva a refletir que a questão da homossexualidade não pode cair no lugar-comum da “escolha” ou de “porque eu sofri, então hoje...”. Interessante perceber que mesmo vivendo numa relação de amor e ódio entre o pai. Luiz Antonio sente falta e carinho pelo pai. Mesmo estando distante. E também sofre com a morte do pai. O pai, no entanto, revela ter carinho e aversão pelo filho. Aversão explicada na fala de um dos personagens. O pai não gosta de Luiz Antonio porque olhar para o filho, fruto de uma traição, é lembrar que traiu a esposa que tanto amou e que morreu no parto. Penso que na figura do pai deveriam espelhar-se vários pais daquela época e desse tempo também. Penso que na figura desse pai esconde-se uma perversão ao sentir prazer em “surrar” o filho. Algo vertendo para o lado do masoquismo. A madrasta apresentou, para mim, uma mulher desatenta às dores de Luiz Antônio. Muito bem construída e retratada a ansiedade dela, ao mostrar em cena uma personagem que falava demais e que, na maioria das vezes, estava comendo algo. Lembremos que o falar demais e comer demais são sinas sintomáticos da ansiedade. Muito belo também foi a passagem do tempo descrita de maneira musical e bibliográfica. Essa última mostrada não só na narrativa, bem como nas fotos e documentos reais – de Luiz Antonio – que apareciam na TV e na projeção. Uma das frases que me chamou atenção na peça (foram muitas, viu!) foi: “o truque de viver é a arte”. E o personagem central aparece várias vezes cantando e tocando algum instrumento em cena. Realmente, travesti ou não, Luiz Antonio, da vida real e do personagem – teve que usar da arte como truque de driblar as dores e as amarguras da vida. Outro momento do texto muito bonito foi: “A vida é tão curta e a gente se dando em pedaços. Não sei acumular afeto e ele vaza...” Lembrou-me Clarice Lispector. Mulher que soube refletir sobre coisas simples e sobre coisas densas. Luiz Antonio parecia realmente ter usado a poesia como truque. Pena que naquela época não foi acolhido pelo mar do respeito às diferenças. (E isso mudou hoje?)
Termino por aqui usando uma frase da peça para encerrar e falar das minhas últimas impressões: “Essa peça é um pedido de desculpa por eu não saber lidar com isso”. Então, espero que essa crítica seja um pedido de desculpa: pelas vezes que como o pai de Luiz Antonio e eu também me silenciei ante a dor do outro. Pelas vezes que encontrei um prazer-perverso em usar e denegrir o outro (mesmo que inconsciente). Pelas vezes que não ouvi o diferente que estava ao meu lado dizendo “eu nasci no corpo errado”, mas quem sou eu para julgar o certo e o errado? Por um acaso a balança da justiça pesa em minhas mãos? Pelas vezes que preferi, como a família de Luiz Antonio, que o problema fosse para longe, para libertar a família, a sociedade do peso da vergonha e da humilhação e não fui coerente com minha escolhas políticas, sociais, humanas, pessoais. Esse texto é um pedido de desculpas pelas vezes em que a arte nesse país não foi truque para uma vida melhor, mas foi instrumento de alienação nas mãos de alguns. Perdão, eu ainda não sei lidar com isso. Isso que é a complexidade do outro que toca e reflete bem aqui em mim.
Texto escrito por Luiz Carlos Filho
sábado, 26 de novembro de 2011
O Jardim - Cia. Hiato
Foto: Deyse Leitão |
Foto: Deyse Leitão |
Foto: Deyse Leitão |
Foto: Deyse Leitão |
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Agenda!
Sexta- Feira, 25 de Novembro de 2011, está entrando no ar a "Agenda" do Blog. È Fantástico!
O 14 º Festival Recife de Teatro ainda agita a cidade, mas, é bom aproveitar porque a programação se encerra dia 28/11 Segunda- Feira. Esse final de semana o festival apresenta:
*Espetáculo: Estar Aqui ou Ali? / Visível Núcleo de Criação (PE)
Local: Terminais de Integração Macaxeira e Barro
Dias: 25 e 26/11 (sexta-feira, Macaxeira e sábado, Barro)
Horário: 18h // Sinopse aqui: http://www.visivelnucleo.blogspot.com/
*Espetáculo: Luis Antonio – Gabriela / Companhia Mungunzá de Teatro (SP)
Local: Teatro Luiz Mendonça – Parque Dona Lindu
Dias: 25 e 26/11 (sexta-feira e sábado)
Horário: 21h // Sinopse aqui: http://www.ciamungunzadeteatro.blogspot.com/
*Espetáculo: Minha Cidade / Teatro Marco Zero (PE)
Local: Teatro Barreto Junior
Dias: 26 e 27/11 (sábado e domingo)
Horário: 16h sábado e 10h domingo // Sinopse aqui: http://www.ciamungunzadeteatro.blogspot.com/
*Espetáculo: Labirinto / Alfândega 88 Companhia de Teatro (RJ)
Local: Teatro de Santa Isabel
Dias: 26 e 27/11 (sábado e domingo)
Horário: 21h // Sinopse aqui: http://www.alfandega88.com.br/
*Espetáculo: O Canto de Gregório / Grupo Magiluth (PE)
Local: Teatro Hermilo Borba Filho
Dias: 26 e 27/11 (sábado e domingo)
Horário: 21h // Sinopse aqui: http://www.grupomagiluth.blogspot.com/
***
* A Casa Mecane Apresenta:
QUER TC?
Sexta - Feira 25/11
ás 20h
R$20.00 e R$ 10.00
Aproveite para chegar um pouco mais cedo e comer do cuscuz da casa que é uma delicia. #ficadica
Sobre o Espetáculo:
O intérprete-criador, Rodrigo Silbat, se propôs a investigar a associação entre a solidão e a procura de relações sexuais e afetivas, em destaque as amorosas, por meio das salas de bate-papo e dos sites de relacionamento disponíveis na internet. O advento e a multiplicação das possibilidades dos usos tecnológicos apontam para algumas alterações que transformam nossas experiências de corpo, pensamento, trabalho, espaço, tempo e sociabilidade. As interações na rede não se dão diretamente entre indivíduos, mas entre imagens, projeções de um corpo físico em pixels de uma câmera lenta, o que provoca a ausência de intimidade entre os homens, suscitando uma condição de isolamento corporal e afetivo. A sensação é de estar imerso em uma realidade outra, que toma toda a atenção e o aparato perceptivo configurando um espaço a ser explorado.
***
*Corpore de DançaO grupo Corpore de Dança apresenta o espetáculo: INCONSTANTE E BORBOLETA.
Sábado 26/11
ás 20h
Teatro Marco Camarotti
Sesc Santa Amaro
Entrada Franca.
Sobre o Espetáculo:
"Um olhar sobre essa gente que gera, bicho sangrador mensal.Ente de paixão, de sacrifício, acostumado a viver por dentro.Espécie ainda envergonhada de sofrimento cheio.Eva, Hera, legível, sereia, bela.Divertida. Desdobrável. Mutável. Mulher."
* Pluft
Pluft, O Fantasminha, faz suas últimas apresentações esse final de semana. Quem não assistiu ainda dá tempo de ver. O blog super indica o espetáculo e já espera ansioso pelas próximas montagens do grupo Cênica.
Sábado e Domingo 26 e 27/11
ás 16:30 h
Teatro Valdemar de Oliveira
R$20 e R$10 (meia)
* Stop Motion
O 1º Festival Internacional Spot Motion encerra sua programação nesse sábado( 26/11). As exibições dos curtas estão acontecendo no cinema São Luiz. Todas as sessões são gratuitas.
No site do festival você confere toda a programação, novidades e oficinas.
Site: www.brasilstopmotion.com.br
* Projeto Alegre Bandos - Encontro de Blocos.
O homenagiado desse sábado ( 26/11) é o bloco "EU QUERO É MAIS", a partir das 16h na praça do Arsenal - Bairro do Recife.
Sem dúvida alguma é uma festa bonita de se ver e participar.
Em Janeiro e Fevereiro, o projeto passará acontecer no Parque Dona Lindun, em Boa Viagem.
* Viva o Recife Antigo
O projeto Viva o Recife Antigo que bombou no último final de semana com a Banda Faringes da Paixão, dessa vez traz como atrações os músicos: Ed Carlos, Marrom Brasileiro e Andre Rio.
(26/11)
No domingo (27/11) é a vez da garotada que poderá assistir a encenação do espetáculo infantil
"O MÁGICO DE OZ". Ás 17h.
O projeto Viva o Recife Antigo acontece na Praça do Arsenal.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Larissa e o velho urso de pelúcia
Tinha terminado uma briga com o Francisco no nosso quarto. Saí com tanta raiva que não consegui chorar. Engoli o sentimento a seco. Entrei no quarto da Larissa. Precisava verificar se ela já estava dormindo ou se tinha ouvido tudo. Entro no quarto e vejo Lari brincando com um urso de pelúcia velho, feio, sujo, sem um dos olhos, pelos caídos e peço para ela ir dormir. Mas antes lhe peço para jogar aquele brinquedo fora. Argumento que não entendo porque ela gosta tanto daquele urso velho e feio se ela tem uma estante de bonecas novas e lindas. Mas a danada da menina só quer o urso feio. Acho que faz para me provocar. De repente, Lari me responde: “Mamãe, sabe por que eu gosto tanto desse ursinho? É justamente porque ele é velhinho. Aí eu posso brincar, tocar, cheirar, apertar. Ele já tem meu cheiro. Ele tem minha história. Ele é como um filho pra mim. Eu posso tocá-lo. Abraçá-lo. Os outros não. Os outros são tão belos que tenho medo de tocar. Tão perfeitos que tenho medo de quebrar. Já com o meu urso é diferente. Eu sei tudo dele porque a gente se mistura, a gente é amigo. Esse olho caiu na casa da prima Sandra. Esses pelos caíram, ou melhor, eu arranquei em noites de chuva. Como tenho medo de trovão, eu aperto o urso com muita força. Essa tinta foi na festa da Lu. Quando brincávamos com o palhaço. Assim, ele esteve presente em todos os melhores momentos da minha vida. Eu e ele somos um.” Diante de tal fato. Começo a chorar. Saio do quarto e percebo que minha filha de 8 anos me deu uma grande lição. Francisco tinha acabado de reclamar que vivo só para o trabalho. Dizendo que minhas relações são utilitárias. Entro no quarto. Francisco dorme. O quarto está impecável. Parece que não são seres humanos habitantes daquele lugar. Percebo que não há relação ali. Há apenas uma mulher egoísta que não sabe ver a beleza de um urso sem olho. Porque tem medo de tocar o outro. Porque isso implica em ser tocada no seu recôndito mais íntimo.
Escrito por Luiz Carlos Filho
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Diário de bordo
Evoé
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Cachorro Morto
Domingo. 20 de novembro. Recife. Estou na fila do teatro para ver a peça Cachorro Morto (da Cia Hiato, SP). Em algumas ocasiões prefiro não ler nada sobre a peça que vou assistir para não me “contaminar” com as impressões alheias. Na fila (do teatro) encontro conhecidos, amigos. Um deles me diz que essa peça é muito boa, muito recomendada e que ele saiu de casa só para ver a peça. No mesmo instante, exclamei: “Ainda bem que eu vim!”.
Ao entrar no teatro, os atores já estão todos em cena. Falando seus textos, “dialogando” com os espectadores numa ação de receptividade. Confesso que gosto muito desse movimento. Pois nos coloca dentro da energia, do espírito da peça, mesmo antes dela começar. (Mas acredito que naquele momento a peça já começou! Já começou a fala, a interação).
O cenário bastante simples, uma cortina preta com vários post-its colados. Isso nos remete a modernidade, ao trabalho, a necessidade de escrever, aos recados. Não é à toa que ao entrarmos uma das atrizes cita várias anedotas e frases. Algo não só engraçado, interativo, mas que remete aos textos rápidos. Quase escrito nos post-its acima. Os 5 atores em cena interpretam várias personagens. E aparece sempre um personagem-narrador. Para mim, isso além de dar um novo ritmo à peça traz uma dinamicidade e sai do lugar comum de contar histórias. Lugar comum que foi percebido não haver em Cachorro Morto quando uma das personagens-narradores declara: “Essa história não tem um final feliz. Essa história é um mistério e é preciso revelar quem matou no final. Mas quem matou foi o pai”. O tempo aparece no texto através da velocidade interagida com o cenário de post-it quando os personagens o arrancam com força e velocidade. Enfim, Cachorro Morto foi aplaudido alguns minutos de pé com mérito. Pois o elenco mostrou um bom trabalho de corpo, de improvisação e criatividade. Pois a história sai do lugar comum para tocar o “lugar comum” do cotidiano do homem moderno: velocidade, relações fluídas, computador, telefone, confusões... enfim, o homem e seus conflitos.
Texto escrito por Luiz Carlos Filho.
OBS.: Quem quiser conferir a peça, não tem mais. No entanto, hoje, 22/11, e amanhã, 23/11, a Cia Hiato SP apresentará a peça O jardim as 21h no Teatro Luiz Mendonça, Parque Dona Lindu. Minimamente, vale a pena conferir e trocarmos ideias.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Teatro Pernambucano em Luto!
Foto: TAP |
domingo, 20 de novembro de 2011
Madleia + ou – Doida
19 de novembro. Recife. Teatro Hermilo Borba Filho. Amigos. Conhecidos. Uma pessoa sem noção na fila. Nome da peça: Madleia + ou – Doida. Será que presta? Ao menos está participando do Festival Recife do Teatro Nacional. Ao entrar no teatro, deparo-me com um cenário simples, contudo atraente. Ao fundo, ouvimos Wanderléia cantando (se não estou enganado kkk). Um clima pitoresco, engraçado, boêmio, forma-se em meu coração e em minha mente.
Apresentação iniciada, percebo uma riqueza na interpretação do ator. Muito bom o trabalho de corpo e voz dele. Sem falar nas improvisações. A peça tem um tom de interação com o público muito bom. Gosto disso. De repente, percebo várias cenas poéticas. Poesia nas palavras da personagem. Poesia no cenário. Poesia no figurino. Poesia na iluminação. Poesia na música, na alegria e na dor de Madleia. Poesia que posso enxergar na mulher que ama, na mulher traída, na mulher que não sabe o que quer (quero-te aqui, não te quero mais...), na mulher “louca” por amor. Mas o que é a loucura? Segundo a psicologia, a loucura é uma condição caracterizada por pensamentos considerados “anormais” pela socidade. (Vide site Wikipedia). E por acaso existe sanidade no amor? Existe sanidade na relação de duas pessoas que se amam? E o que é loucura para quem ama? E o que é normal para os amantes? O fato de uma hora eu te querer e outra não te querer mais, sentir tua falta ou não, seriam marcas de loucura? Acredito que são marcas de uma inconstância. E isso é próprio do ser humano. Ser humano que se aceita, sabe-se incompleto. Em alguns momentos lembrei-me dos textos de Martha Medeiros ou, de Clarice Lispector, pois a peça me fez refletir sobre a inconstância humana, sobre eu, você, o homem em si. Se Madleia está certa em hora querer o amado e outra desistir, não estou aqui para usar juízo de valor moral. No entanto, caro leitor, seja sincero: você por acaso é constante o tempo todo? Você consegue dominar seus gostos e desejos de maneira total? E por acaso você é considerado como “louco”? Sendo assim, a peça que dialoga com Medéia de Eurípedes e Joana de Gota D’Água, faz nos beber dos “exageros” e das verdades dos mitos. E, de uma forma, cômica faz-nos pensar nas nossas relações humanas, nos nossos dissabores. Isso tudo apresentado de maneira poética, cômica e musical. Termino dizendo que, para mim, não vi uma peça, mas sim uma aula de sociologia, de antropologia. Ah, e das muitas plásticas artísticas vistas ontem na peça, uma quero ressaltar: a personagem central, passava quase toda a cena no quarto, numa alcova, tudo vermelho lembrando paixão. O chão rememorava uma cama em forma de coração. Coração e cama, em ambos os lugares o amado não estava mais. E, em alguns momentos, nem Madleia estava mais. Agora, é loucura eu sentir falta na minha cama e no meu coração a presença da pessoa amada? E por isso clamar aos céus e terras por justiça (justiça, no amor?)? Veja a peça e nos ajude a refletir sobre a arte que é uma das maneiras de diminuir nossas “loucuras diárias”.
Texto escrito por Luiz Carlos Filho
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Agenda
Louvado seja os Deuses do teatro e o Senhor Vavá Schön-Paulino que coordenar o 14º Festival Recife de Teatro Nacional, que começou desde o dia 16 e tem uma programação extensa até o dia 28/11.
Para o dia de hoje(18/11) e final de semana(19 e 20/11) o Festival traz as seguintes opções:
Espetáculo: Oxigênio / Companhia brasileira de teatro (PR)
Local: Teatro Hermilo Borba Filho
Dias: 18/11 ( sexta-feira)
Horário: 21h
Sinopse aqui: http://www.companhiabrasileira.art.br/
Espetáculo: Áfricas / Bando de Teatro Olodum (BA)
Local: Teatro de Santa Isabel
Dias: 18 e 19/11 (sexta-feira e sábado)
Horários: às 19h no dia 18 e às 16h30 no dia 19
Sinopse aqui: http://www.bandodeteatro.blogspot.com/
Espetáculo: Madleia + ou – Doida / Companhia do Chiste PE
Local: Teatro Hermilo Borba Filho
Dias: 19 e 20/11 (sábado e domingo)
Horário: 21h
Sinopse aqui: (www.companhiadochiste.blogspot.com)
Espetáculo: Cachorro Morto / Companhia Hiato (SP)
Local: Teatro Apolo
Dias: 20/11 (domingo)
Horário: 19h
Sinipse aqui: http://www.ciahiato.com.br/
*NÓS PÓS
[festa]
A Casa Mecane convida todos para a festa “NÓS PÓS”, que acontece hoje (18/11),ás 19h com Performances literárias (Sorte Luiz), lançamento de livro, mostra de vídeos e Jam Session. Não dá pra perder. Valor da festa R$ 10.00. Estarei por lá.
*Festival Cena Brasil e Gastronomia de Terreiro.
[música e gastronomia]
No sitio histórico de Olinda acontece o “Festival Cena Brasil”, sábado e domingo (19 e 20/11) na praça do Fortim com apresentações: Banda Radares, Jorge Riba, Ska Maria Pastora, Marcelo Santana, Grupo Bongar, Dona Del do Coco, Shifty Side, Coco do Toré Pandeiro do Mestre e Cavalo Marinho Boi Pintado. No mesmo local também estará acontecendo uma fera com o tema "Gastronomia de Terreiro", com dez barracas servindo comidas típicas inspiradas nos orixás.
SARAVÁ!
Site do evento: http://cenabrasil.blogspot.com/
* Festival Internacional Brasil Stop Motion
Já deixando sobre aviso para quem e fã de cinema e da técnica Stop Motion, Terça- feira (22/11) começa o 1º festival Internacional Brasil Stop Motion que acontecerá no cinema São Luiz até o dia 26 de novembro. Durante o festival serão exibidos 69 filmes.
Site do evento: http://www.brasilstopmotion.com.br
Espera
Espera... espera... espera... Olho para a porta. Ela não abre. Você não aparece. A campainha não toca. Espera... espera... espera... Descubro que não gosto de esperar. Na verdade, não sei esperar. Relendo minha vida percebo que gosto de fast food, molho pronto, sopa instantânea, lava rápido... Assim, percebo que na gramática da minha história nunca soube conjugar os verbos: aguardar, esperar, vigiar... Interessante isso! Ao esperar você, percebo o que me dói. Dói ver a verdade: você nunca saiu de mim. Hoje, coincidentemente, eu em casa querendo sair. Porém, o que espero não está lá fora. Está aqui dentro. Nunca saiu. É justamente essa discordância interior que me dói. Tento buscar soluções para aliviar essa angústia. Mas não encontro. Por isso, nunca fui adepto a livros de autoajuda. Eles são muitos rasos para abarcarem a profundeza da incoerência humana, ou melhor, da minha incoerência. Espera... espera... espera... Levanto-me. Não aguento esperar mais. E aprendo mais uma lição: Hoje, entendi que esperar tem a ver com esperanças. E eu não tenho esperanças em você. Por isso, saio de casa. Você? Não sei se vem. Eu? Aprendo esperando que esperanças começam aqui, em mim.
Escrito por Luiz Carlos Filho
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Diário de bordo
Festival Recife do Teatro Nacional!!!!!!
Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife |
Homenagem: Grupo de Teatro Vivencial (Olinda, 1974-1983)
Local: Teatro Luiz Mendonça – Parque Dona Lindu
Dia: 16/11 (quarta-feira)
Horário: 20h
Local: Teatro Luiz Mendonça – Parque Dona Lindu
Dias: 16 e 17/11 (quarta e quinta-feira)
Horário: 21h
Local: Teatro Hermilo Borba Filho
Dias: 17 e 18/11 (quinta e sexta-feira)
Horário: 21h
Local: Teatro de Santa Isabel
Dias: 18 e 19/11 (sexta-feira e sábado)
Horários: às 19h no dia 18 e às 16h30 no dia 19
Local: Teatro Hermilo Borba Filho
Dias: 19 e 20/11 (sábado e domingo)
Horário: 21h
Local: Teatro Apolo
Dias: 20 e 21/11 (domingo e segunda-feira)
Horário: 19h
Local: Teatro de Santa Isabel
Dias: 21 e 22/11 (segunda e terça-feira)
Horário: 17h
Local: Teatro de Santa Isabel
Dias: 21 e 22/11 (segunda e terça-feira)
Horário: 21h
Local: Teatro Luiz Mendonça – Parque Dona Lindu
Dias: 22 e 23/11 (terça e quarta-feira)
Horário: 21h
Local: Teatro Apolo
Dias: 23 e 24/11 (quarta e quinta-feira)
Horário: 19h
Local: Teatro Marco Camarotti
Dias: 23 e 24/11 (quarta e quinta-feira)
Horário: 21h
Local: Terminais de Integração Macaxeira e Barro
Dias: 25 e 26/11 (sexta-feira, Macaxeira e sábado, Barro)
Horário: 18h
Local: Teatro Luiz Mendonça – Parque Dona Lindu
Dias: 25 e 26/11 (sexta-feira e sábado)
Horário: 21h
Local: Teatro Barreto Junior
Dias: 26 e 27/11 (sábado e domingo)
Horário: 16h sábado e 10h domingo
Local: Teatro de Santa Isabel
Dias: 26 e 27/11 (sábado e domingo)
Horário: 21h
Local: Teatro Hermilo Borba Filho
Dias: 26 e 27/11 (sábado e domingo)
Horário: 21h
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
AgEnDa
Confira a programação da FITO no site: http://www.fitofestival.com.br
De 11 a 13 /11
Partir das 16:30H
* FLIPORTO
Também inicia nesse dia 11/11/11 cheio de teorias apocalípticas e coincidência numérica com o número 11 a FLIPORTO, que vai ate o dia 15/11 em Olinda, na praça do Carmo. O autor homenageado esse ano é o Gilberto freire.
Toda a programação, oficinas e valores dos passaportes estão detalhados no site do evento. http://fliporto2011.com.br
*PEÇA GRAPHIC
[teatro]
No Teatro Apolo a companhia paranaense “Vigor Mortis” leva a estética das histórias em quadrinhos e do cinema para o palco, com projeções audiovisuais, iluminação e cenário especiais.
A trama gira em torno de três personagens - Artie, Becca e Raf, que disputam uma vaga de emprego. O encontro vira ensejo para desabafos sobre frustrações, anseios e visões de carreira.
Parece bem interessante.
Nesta sexta (11) e sábado (12), às 21h e domingo (13), às 20h
Na sexta o ingresso custará R$5.00 e nos outros dias R$10 meia e R$20 inteira.
*IN- BETWEEN
[dança]
Suspensa entre duas cadeiras, duas realidades, duas terras, dois amantes, o trágico e o cômico, In-Between é um poema coreográfico sobre a dualidade interior e a solidão de um mágico. Com elementos de dança, teatro físico, da técnica de clown, de mímica e butô, com duas cadeiras e um microfone, Yael Karavan cria um universo fantástico, que nos conduz a
uma viagem através de nossos próprios conflitos emocionais. O espetáculo é recomendado para maiores de 14 anos.
Teatro Barreto junior
12/11/11
21 h
R$20.00 e R$10.00 ( meia)
*Cordel do amor sem fim
[teatro]
Três irmãs numa cidade às margens do Rio São Francisco convivem com traumas e esperas.
Teatro Arraial
Sextas-feiras e sábados, às 20h. ( até 03/12)
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia).
*Pluft,O Fantasminha
[teatro]
Adaptação da famosa historia da dramaturga brasileira Maria Clara Machado.
Teatro Valdemar de Oliveira
Sábados e Domingos, as 16:30 até o di
a 27/11.
R$ 20 e R$10 (meia)
*1 Torto
[teatro]
1 Torto é a terceira montagem do grupo Magiluth.
Um Reality Show de um homem que, por não comensurar o que é sentir, decide tirar o próprio coração e assim, distanciado da causa de todo tormento,tentar entender a origem deste estado-situação.
Teatro Joaquim Cardoso
Sábados e Domigos
ás 20h
R$10.00 e R$5.00 (meia)
*PROJETO VIVA O RECIFE ANTIGO
[música]Nesta sexta feira (11/11) o projeto leva para Praça do Arsenal a banda NÓS 4, ás 22h30.
O ‘Viva o Recife Antigo’ é uma iniciativa da Secretaria de Turismo do Recife com o apoio do Governo do Estado por meio da Empetur e Secretaria de Turismo de Pernambuco. A proposta é revitalizar o Bairro do Recife oferecendo atrações culturais semanalmente para todos os gostos. Com duração de dez meses, o projeto será executado até maio de 2012, com exceção do período natalino e do Carnaval.