quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Filme " O PALHAÇO "


Foto oficial


...Eu faço o povo rir, mas quem vai me fazer rir...

É recordando desta frase que eu falo hoje das impressões que eu tive do filme criado e dirigido pelo tão novo e brilhante ator Selton Mello. Que de forma belíssima e profunda conseguiu cativar toda a platéia...emocionando...fazendo rir... levantando questionamentos.

No roteiro, nos é apresentado a história de Beijamim, um jovem homem que foi criado num circo pelo seu pai que, assim como ele, também é um palhaço.

Assumindo a administração, Beijamim, já demonstra que o circo esperança será a única herança deixada pelo seu pai, o então palhaço puro sangue. Sendo que ele atrai para si a responsabilidade de estar atento às necessidades de todos os artistas que fazem parte do grupo; situação esta que o deixa paranóico em sempre buscar atender os pedidos dos seus companheiros, como foi quanto ao pedido de um ventilador e um sutiã gigante.

O filme discute, de forma esplendorosa, a questão do "verdadeiro talento" , da "vocação", a partir do momento em que o palhaço Pangaré e o picadeiro parece se tornar como fardos na vida do confuso Beijamin. Oportunidade em que ele decide buscar novos rumos, partindo para uma busca do seu sentido de vida e do que realmente gosta e sabe fazer.

O verdadeiro sentido de família também é trazido a debate no roteiro, fazendo com que o público vislumbre situações em que, cotidianamente, nos deparamos com "os nossos familiares", sejam desentendimentos, medo, decepções, amor, companheirismo, dedicação. Levando-nos a uma experiência de retorno ao amor que se não é, deveria ser o mais puro, "o amor da nossa família".



Todo o filme me emocionou de forma muito particular e singela, conseguindo alcançar alguns esconderijos da minha alma, que me levou a adentrar em questões mais profundas, com o olhar mais doce e brando.

Em meio às lágrimas, fui invadida pelo questionamento do palhaço puro sangue:  -O gato bebe leite, o rato come queijo e eu sou palhaço...e vc?

Diante desta pergunta meu coração se apertou, pois muitas vezes me surpreendi vivendo "sem saber quem eu era". Sou advogada, busco ser atriz, arrisco-me a ser escritora...mas quem eu sou?

Quem sou eu quando estou sozinha em meio aos meus lençois, descabelada, com olheiras, vestindo um pijama velho com furos nos cantinhos do tecido...onde "ninguém" pode me enxergar?

Foi a busca deste "eu" que o filme provocou e ainda está provocando...gritando dentro de mim! Uma busca que não cessará, eu sei, contudo, ela precisa ser iniciada todos os dias, pois somente sabendo quem sou eu, é que eu posso querer conhecer "o outro" e a partir daí viver livre, sem amarras, sem coleiras...livre...livre!

O gato bebe leite, o rato come queijo e eu...sou Deyse Leitão... e vc?

Assista o trailer:

Evoé

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